sábado, 29 de outubro de 2016

Scotland Conegate - a estátua equestre do Duke of Wellington

Existe uma bela estátua equestre do Duque de Wellington em Glasgow, e seria um belo exemplo de memória celebrativa se, por uma particularidade local, não a tivessem enfeitado com um cone de trânsito a servir de chapéu.

Há mais de trinta anos é travada uma batalha entre moradores (que querem o cone na cabeça da estátua) e o poder público, que o acha inadequado à boa imagem da cidade e do homenageado:

https://www.youtube.com/watch?v=0ATN1bYgUzE

https://www.youtube.com/watch?v=LFFpHUZqT38

Parece que o cone vai ficar, atendendo ao clamor popular. Agora, eu me pergunto:  posso estudar esse caso como um exemplo de significância e representatividade associadas ao monumento e à memória dos mortos, ou estou sendo vítima do senso de humor escocês?

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Citações sobre a memória - Samuel Taylor Coleridge

"Na verdade, a imaginação não passa de um modo da memória, emancipado da ordem do tempo e do espaço."
 

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Memória Poética - Mário Quintana

"Essa lembrança que nos vem às vezes...
folha súbita
que tomba
abrindo na memória a flor silenciosa
de mil e uma pétalas concêntricas...
Essa lembrança...mas de onde? de quem?
Essa lembrança talvez nem seja nossa,
mas de alguém que, pensando em nós, só possa
mandar um eco do seu pensamento
nessa mensagem pelos céus perdida...
Ai! Tão perdida
que nem se possa saber mais de quem!"

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Casa onde Hitler passou a infância será demolida

Cf. a notícia: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/10/austria-decide-derrubar-casa-natal-do-nazista-adolf-hitler.html.  Mas não é só: o prédio também foi comprado por Bormann para ser transformado em um centro cultural, e esse é um motivo direto para associá-lo à intenção nazista.

Por que demolir?  Para evitar que se torne um santuário neonazista, evitando que o edifício adquira "força simbólica".  É assim que a memória coletiva trabalha:  conferindo significado aos bens culturais, que podem ser transmitidos através das gerações.

Pelo visto, a Áustria deseja esquecer a casa de Hitler.

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Dia das Crianças

Comemoração não oficial no Brasil, e nem por isso menos festiva, que coincide com o feriado de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, e em homenagem a quem a lei estabelece um culto público e oficial (?), cf. http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2011/10/12-de-outubro-feriado-de-nossa-senhora.html.

Que foi?

 Fabiana preparada para desafiar os adultos.

domingo, 9 de outubro de 2016

Cem mil

Qualquer cem mil coisas é muito.

Hoje nosso blog alcançou a marca das cem mil visualizações, em todo o mundo.  É muito para aquele que nasceu sem nenhuma outra pretensão a não ser falar sobre memória, direito à memória, e patrimônio cultural.

Agradeço a todos os que visualizam as postagens e considero a atenção recebida como estímulo  para continuar refletindo aqui sobre temas tão fascinantes.

Obrigada, em todas as línguas!

sábado, 8 de outubro de 2016

As katanas malditas de Muramasa Sengo

As espadas fabricadas pelo famoso Muramasa Sengo e sua escola eram tão letais que foram proibidas durante o xogunato Tokugawa (séc XVII).

Mas além de proibidas, elas também são "malditas", amaldiçoadas pelo seu poder de ferir e matar e, diz a lenda, a sua sede de sangue.  Agora, um conjunto dessas espadas incríveis está em exposição: http://en.rocketnews24.com/2016/09/23/amazing-exhibition-of-japans-legendary-cursed-katana-is-going-on-right-now%E3%80%90photos%E3%80%91/.

Malditas e maravilhosamente bonitas. Segundo minhas breves leituras sobre o assunto, a proibição levou muitas pessoas a apagarem as assinaturas e em razão disso as espadas autênticas são raras, ou difíceis de autenticar, e as falsificações bem frequentes.

Sem dúvida, ver uma katana maldita de Muramasa Sengo (ou seus artíficies) entrou para a minha lista de desejos.

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Post das lamentações

Hoje me peguei lembrando como a minha cidade era divertida antigamente.  Nem dá para escrever o tanto que eu brinquei, diverti, errei, arrisquei, errei de novo, sob pena de que tomem esse post como uma confissão.

Não lamento por mim, e pelos meus bons tempos que passaram.  Lamento pelos meus sobrinhos, essa nova geração que vai aproveitar menos a cidade.  Não brinca nos parques e praças com medo da violência, não sai à noite, não participa de festas populares, e preferimos que fiquem na segurança relativa do lar, brincando com videogames e lendo livros.

Esse contínuo medo de usufruir da cidade não vem do nada.  A chance de sofrer tipos variados de violência é real e todos nós, de um jeito ou de outro, já a experimentamos.

Se existisse uma máquina do tempo, gostaria que os meus sobrinhos fossem ao passado para brincar comigo, ir ao carnaval e pular até cairem de cansaço,  dormindo na sarjeta sem medo do perigo como fiz tantas vezes. Infelizmente para todos nós, as minhas esperanças residem no passado, e não no futuro.