A letra dessa música tem muitos regionalismos, palavras só nossas, que nos ajudam a expressar mas dificultam o entendimento de quem é de outro lugar. Todo mundo que já teve a sorte de amar alguém de verdade passou por isso e vai entender, qualquer que seja a cultura que formatou o seu sentimento:
DIREITO À MEMÓRIA
Neste blog desmascaramos esta mentira.
terça-feira, 7 de maio de 2024
Memória Poética - Lembrança de um beijo (Accioly Neto)
sexta-feira, 3 de maio de 2024
Férias 2024: Memórias parte 1 - Altitude e atitude
A região de Cusco é inacreditável, mas mais inacreditável é como as pessoas vivem e produzem cultura naquele ambiente tão difícil.
Imagine a minha surpresa, de bichinho criado à beira-mar, ao perceber que as pessoas não consideram as montanhas como obstáculos. Elas são parte indispensável do modo de viver e sentir, que é modulado pela altitude.
Vejam, é diferente viver e produzir a mil, dois, três, quatro ou cinco mil metros de altitude. Tudo muda: o tipo de cultivo, a forma, o acesso a água, a gastronomia, a atitude das pessoas diante dos desafios trazidos pelas condições geográficas e climáticas.
Os habitantes da região de Cusco, inseridos na cultura andina mais que na "peruana", têm uma forma de viver que molda a sua identidade cultural. Nós (e já me incluí) andinos temos uma forma específica de interagir com e integrar a paisagem.
Andar naquelas montanhas é desafiador, especialmente para quem vive na altitude zero como eu, mas não é só a altitude que tira o fôlego. O vislumbre de como as pessoas se relacionam com paisagem ali é emocionante, e podemos aprender lições de vida sobre resiliência, sobre distinguir o que é realmente importante e necessário, sobre como a beleza é simples, e como isso tudo ajuda a moldar uma atitude correta diante da vida.
Dizer que as pessoas são "espiritualizadas" não é suficiente para explicar essa atitude respeitosa e grata diante da vida.
Essa minha sensação pode ser causada pela energia mística de Cusco, ou pelas muitas doses alcoólicas que lá tomei enquanto refletia sobre a beleza, a graça, o espírito e a constância, representada pelas montanhas que nos cercam. A cidade é o umbigo do Império Inca, e sabemos que umbigos (ônfalos) são simbolicamente a representação do centro de um universo, de onde são geradas todas as coisas.
Os andinos são atentos à altitude, informam-na a todo momento. Eles sabem a quantos metros tudo está, e essa particularidade faz mais sentido quando visitamos um lugar como Moray, que representa o esforço de aclimatação de espécies para a produção em diferentes altitudes.
A atitude aqui é olhar uma montanha gigantesca e nela ver uma oportunidade de produzir e viver. Adaptar-se, prosperar, e aos poucos transformar esse esforço intergeracional em um modo de vida belo, complexo, sofisticado e capaz de encontrar a harmonia entre os complementos (feminino, masculino, embaixo, em cima), espelhando a existência.
segunda-feira, 29 de abril de 2024
Relógios de Sol (8): Machu Picchu
Coleciono imagens de relógios de sol, xingamentos antigos e livros, e já mostrei seis anteriormente aqui no blog:
Machu Picchu - Foto Fabiana Dantas |
sexta-feira, 26 de abril de 2024
segunda-feira, 22 de abril de 2024
22 de abril - o silêncio eloquente
Essa é a data em que oficialmente o território que seria o Brasil foi ocupado pelos portugueses, e o silêncio sobre ela é ensurdecedor, como refletimos no post https://direitoamemoria.blogspot.com/2014/04/o-descobrimento-do-brasil-22-de-abril.html
Vale pensar na data em conjunto com os dias 19 e 21 de abril, visto que essa semana congrega marcos comemorativos importantes para a mitologia fundacional do Estado Brasileiro (cf. https://direitoamemoria.blogspot.com/2014/04/do-dia-do-indio-ao-descobrimento-19-e.html), tema que recentemente aprofundamos no livro Nação enraizada - Estado, Identidade e Preservação, publicado em janeiro de 2024.
Estudemos.
sexta-feira, 19 de abril de 2024
Machu Picchu
Essa é a minha foto da visão de Machu Picchu:
Machu Picchu - Foto Fabiana Dantas |
O que você faz quando percebe que as fotos daquele lugar lindo são de verdade? E que na verdade o lugar lindo é mais bonito do que nas fotos?
Nesse dia ensolarado e perfeito, Machu Picchu mostrou-se para mim sem nuvens, nem neblina. Muito obrigada, sua linda.
terça-feira, 16 de abril de 2024
Férias 2024: (Cusco e Região) Peru
Em 2024 resolvi realizar um sonho antigo e conhecer o Peru, mas na verdade o que eu fiz, e o que sonhava, era conhecer Cusco.
Essa cidade com tantas grafias (Cuzco, Cusco, Cosco, Qosqo) já foi o centro de um mundo, para onde convergiam todos os caminhos do Império Inca. Na Plaza de Armas encontra-se o ponto onde os quatro caminhos (Tawantinsuyo) chegavam ou partiam.
O principal atrativo turístico da região de Cusco, porque não se pode apenas falar do hoje município delimitado, são os sítios arqueológicos relacionados. Todos eles mostram uma forma de viver e uma rede de abastecimento, comércio que produziram sítios e monumentos inacreditáveis.
Conheci os bens culturais que são apresentados aos turistas com maior consistência, por exemplo, Qoricancha, Sacsayhuaman e sítios próximos como Puka Pukara e Tambomachay. E também mais distantes da cidade, mas com ela claramente relacionados, como Ollantaytambo, Pissac, Moray e as Salinas de Maras, Urubamba e Machu Picchu
Esses sítios mostram como foi criada uma civilização, um império, que acompanhou a Cordilheira dos Andes, espinha dorsal da América do Sul, e expandiu-se para a Costa, por territórios que hoje englobam parte da Colombia, Ecuador, Peru, Bolívia, Chile e Argentina
Há muito que ver, revisitar e estudar sobre a gestão cultural do Peru, mas por enquanto ainda estou sob o impacto de ter a honra de ver esses lugares. Essas são algumas fotos que já estão tatuadas na minha alma:
Plaza de Armas - Cusco - Foto Fabiana Dantas |
Até pequenos detalhes da Arquitetura me faziam parar para contemplar:
Fabiana admirando |
E, claro, Machu Picchu.