sexta-feira, 15 de julho de 2011

Tenho certeza de que eu deixei aqui.

Ah, memória traidora...

Quantas vezes a gente tem certeza de que deixou um objeto aqui e acolá e, de repente, some. É bom quando se tem alguém em quem colocar a culpa.

Mas chega o dia em que estão só você e sua memória traidora: e agora?

Sua certeza vai por água abaixo e você é o feliz ganhador de um objeto perdido. Acho que eu passei mais da metade da minha vida procurando por objetos perdidos (principalmente livros e documentos), até que me cansei e decidi fixar o exato local em que eu guardei as coisas.

Para memorizar o local em que deixamos objetos, há técnicas simples: não esqueçam que a memória é construída com atenção e intenção. Portanto:

1º Passo: fixar locais específicos para colocar as coisas. Tudo deve ter a sua casinha. Assim a gente reduz a área de busca quando se perde alguma coisa. No meu caso, livros e documentos estão na biblioteca.

Sei que quem olha de fora pode pensar que não existe uma ordem no meu caos, mas há. Já estou 200% melhor do que era há dez anos. Evidentemente que isso não me impede de, eventualmente, não encontrar um livro que me foi solicitado, como aconteceu na semana passada.

Mas como diriam os budistas, o que importa é a busca, é o caminho.

2º Passo: para objetos que serão usados em breve, uma boa técnica é verbalizar onde você o está deixando. Por exemplo: "estou deixando o processo para amanhã em cima da mesa da sala". Aí você olha para o processo em cima da mesa e em volta, para contextualizar.

Depois você ameaça todo mundo que está à sua volta para que não o tirem do lugar.

Organização e sistematização são a chave para não perder as coisas. Mas, como vocês sabem e eu comprovo, não são comportamentos naturais do ser humano, a menos que você seja como a minha irmã. É preciso construir o comportamento sistemático e praticá-lo diariamente, como estou tentando fazer há alguns anos.

Se mesmo assim você é proprietário de objetos perdidos, aqui vai uma dica de Mário Quintana sobre o seu possível paradeiro:

"Os guarda-chuvas perdidos... onde vão parar os guarda-chuvas perdidos ? E os botões que se desprenderam ? E as pastas de papéis, os estojos de pince-nez, as maletas esquecidas nas gares, as dentaduras postiças, os pacotes de compras, os lenços com pequenas economias, onde vão parar todos esses objetos heteróclitos e tristes ? Não sabes ? Vão parar nos anéis de Saturno, são eles que formam, eternamente girando, os estranhos anéis desse planeta misterioso e amigo".

Portanto, vá procurá-los em Saturno.

2 comentários:

  1. Fabi, vi a seguinte matéria e lembrei do teu blog:
    http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI245598-15257,00-COMO+A+IDADE+FAZ+NOSSO+CEREBRO+FLORESCER.html

    Dá uma olhadinha, pois é muito boa.
    Ah, estou sempre lendo o seu blog.
    Parabéns.

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  2. Obrigada,Alexandre, esse blog é nosso!

    Muito legal a reportagem e, o melhor de tudo, dá uma sensação de otimismo...

    Viu, é só esperar o tempo passar que, lá pelos 50 ou 60 anos, a gente ganha juízo.

    hehehehe.

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