quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Souvenir (3): Sevilla

Sevilla é uma cidade ensolarada.

Quando penso nela lembro das laranjeiras carregadas de frutas no meio da rua. Assim que chegamos na cidade eu fiquei chocada com a beleza das laranjeiras, com aquelas laranjas enormes, e com o cheiro maravilhoso que elas proporcionavam. Era quase uma forma de incenso.

E eu me perguntava: por que as pessoas deixam as laranjas, com uma cara de gostosas e maduras, aí penduradas? No Brasil nós temos um ditado: "fruta madura, na beira da estrada, ou está bichada ou tem marimbondo no pé".

Concluí que aquelas frutas lindas e cheirosas deviam ter algum problema e segui a minha vida, não com certo arrependimento de não ter tentado experimentar...Se bem que, historicamente, há registros de graves consequências para quem come o fruto proibido.É bíblico.

A outra lembrança indelével é "La Giralda", na Catedral de Santa Maria de Sevilla.

E, para falar de real patrimônio material, El Alcázar - um dos edifícios mais bonitos que eu já vi na minha vida.

Olha aí o que evocou essas lembranças:



Essa cidade me deixou boquiaberta.

8 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Alô! Aqui quem fala é a tua memoria:
    Gostaria de lembra-la que você pegou uma daquelas laranjas!

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  3. Peguei uma que estava no chão, toda seca. Tenho certeza que as que estavam no pé eram boas para o consumo, só não tive coragem de arrancar.

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  4. Tà vendo que se a gente te espreme, a verdade sai?!!

    Não se iluda, toda laranjeira exposta uma vez ao frio de menos 8° produz laranjas amargas pro resto da vida. As laranjas de rua em Espanha são todas meramente decorativas.

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  5. Não acredito! Alguma delas deve dar um caldo.
    Vai ver que é por isso que elas sobraram: estás vendo? Algum problemas aquelas belezuras tinham.

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  6. Nessa semana Sevilla andou pelas minhas lembranças. Não sei por que o cheiro das laranjas me veio à lembrança, e eu aproveitei para rever La Giralda com o Google Maps: http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2015/10/visitando-o-patrimonio-cultural-com.html

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  7. Pensando em Sevilla, lembrei que um dia eu vagava por uma rua, procurando um museu, meio atrapalhada com o guia turístico incompleto, quando me deparei com uma porta belíssima, toda entalhada, gigantesca e aberta (combinação perigosa para fabianas), que deixava ver uma fonte, a mais bonita que já vi, no meio de um pátio interno do imóvel. O edifício era tão bonito, bem preservado, que eu inconscientemente achei que era o museu. Entrei, e fui delicadamente abordada por um segurança que me disse que aquilo era uma residência. Eu perguntei se podia ver a fonte, e ele permitiu, mas disse para não tirar fotografias. Quando fecho os olhos lembro dela e da belíssima construção onde estava, mas não sei mais onde era e nunca soube o nome do (a) proprietário (a).

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  8. Um poema sobre Sevilla, de um dos meus poetas favoritos, que escrevia com o material da sua memória: Coisas de Cabeceira, Sevilha

    "Diversas coisas se alinham na memória
    numa prateleira com o rótulo: Sevilha.
    Coisas, se na origem apenas expressões
    de ciganos dali; mas claras e concisas
    a um ponto de se considerarem em coisas,
    bem concretas, em suas formas nítidas.


    Algumas delas, e fora as já contadas:
    não esparramarse, fazer na dose certa;
    por derecho, fazer qualquer quefazer,
    e o do ser, com a incorrupção da reta;
    con nervio, dar a tensão ao que se faz
    da corda de arco e a retensão da seta;
    pies claros, qualidade de quem dança,
    se bem pontuada a linguagem da perna.
    (Coisas de cabeceira somam:exponerse,
    fazer no extremo, onde o risco começa.)

    João Cabral de Melo Neto

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