quinta-feira, 7 de março de 2013

Artes marciais e memória

As atividades físicas são muito importantes para a manutenção de uma memória saudável.  Dentre elas, as artes marciais são particularmente benéfícas pois, além de afastar o sedentarismo, exercitam  constantemente a memória.

Eu pratiquei algumas artes marciais durante a vida: joguei capoeira (voltei na semana passada), pratiquei Kung-fu durante alguns anos, e também uma modalidade chamada "kickboxing" durante poucos meses.

Todas elas exigem um intenso trabalho da memória e do autocontrole.  Aprender os katis do Kung-fu é um verdadeiro desafio, assim como os golpes e defesas de qualquer arte marcial.

A coisa mais importante a lembrar quando se pratica uma arte marcial é esquivar.  Há muitos anos, esqueci de esquivar de um golpe na capoeira (meia lua de compasso), e recebi o maior pezão bem no meio das fuças.  Fiquei com um olho roxo durante uma semana, mas depois foi bonito porque foi mudando de cor gradualmente, primeiro verde, depois um amarelinho.

As artes marciais também são uma importante parte da memória coletiva.  A capoeira é um patrimônio imaterial do Brasil, por exemplo.  Por serem manifestações complexas, as artes marciais levam séculos, e até milênios, para desenvolverem-se e portam valores e informações sobre o contexto (local e tempo) e seus praticantes.

Há uns dois anos escrevi um texto sobre o caráter patrimonial e memorial das artes marciais, em uma colaboração muito rica com Dra. Elaine Müller.  O título é "Cultura marcial: uma porta para o Oriente em tempos de globalização", é um dos capítulos do livro "O Japão não é longe daqui"(2011), e foi uma excelente oportunidade para refletir sobre o caráter patrimonial das artes marciais.

Um comentário:

  1. O boxeador brasileiro Esquiva Florentino Falcão conquistou uma medalha de prata no Boxe nas Olimpíadas de 2012.
    O pai dele é treinador, e é um homem sábio, então chamou o filho de "Esquiva" (nome verdadeiro), para poder gritar durante as lutas.

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