segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Diálogo surreal (5): 911

Essa foi no meio de uma aula.  Nós discutíamos sobre a noção de lícito/ilícito e exemplifiquei com a omissão de socorro.  Aí, o diálogo passou a ficar surreal:

Fabiana:  Por isso, a omissão de socorro é ilícita. O agente devia (tinha o dever jurídico) de prestar o socorro, ou estava em condições de fazê-lo, e não fez.   Em algumas situações, nós não devemos intervir para não piorar o estado da vítima, por exemplo, movendo-a do lugar.  Os bombeiros geralmente recomendam que seja acionado o socorro para que a vítima receba o tratamento adequado.

Alguém aqui lembra qual é o telefone da emergência?


Aluno: Eu sei, professora.  É 911.

Fabiana:  Não senhor, é 190.

Aluno: ah...não é, não. É 911.

Fabiana:  Veja, você está lembrando do 911 porque esse é o telefone da emergência nos Estados Unidos, e provavelmente você assiste a muitas séries e filmes.  Aqui o número é 190.

Aluno: Tem certeza?

Fabiana:  Eu tenho, e você?  Tem certeza que o número da emergência aqui é 911?  Você já usou?

Aluno:  Eu, pessoalmente, não.  Mas eu tenho um amigo que usou e funcionou.

Fabiana:  Está certo, vamos seguir adiante e deixar essa questão no passado. Mas deixe dar um conselho:  se algum dia precisar (que Deus nos livre!) prometa que vai ligar para os dois números, mas primeiro para o 190, certo?  É que o pessoal do 911 às vezes demora um pouco para aparecer por aqui, já que eles vêm de longe.
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Isso encerra esse diálogo, mas não o problema da memorização de informações alienígenas.  Mais de uma vez ouvi referências de que "Nós vivemos em um país livre (free country)", e que os juízes brasileiros usam perucas, e outras informações desse gênero.

Um comentário:

  1. Não, os juízes brasileiros não usam peruca em razão da função. É impressionante como, quase todo o semestre na aula sobre o Poder Judiciário, os alunos indagam sobre o uso de peruca pelos magistrados brasileiros.

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