quarta-feira, 8 de abril de 2015

Provérbios (3)

Provérbios supostamente cristalizam uma sabedoria intergeracional, mas aqui no blog trabalhamos com a hipótese de que também podem  veicular preconceitos, outras vezes são apenas idiotas, e por isso periodicamente os submetemos a crítica, antes de continuar transmitindo-os e propagando-os pelo mundo e gerações.

Até criamos uma campanha permanente  contra a transmissão, promoção e difusão de ditos populares idiotas  http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2013/09/campanha-contra-transmissao-difusao-e.html

Nesse post decidimos analisar um dito popular/provérbio extremamente incômodo:  "Com mulher de bigode, nem o diabo pode".


O bigode é considerado um símbolo de masculinidade, portanto a mulher de bigode possui características e exerce funções (de mando) tradicionalmente masculinas, o que certamente causa temor e insegurança nos varões.  

Nesses tempos em que os limites físicos, culturais e sociais entre o masculino e o femininos encontram-se borrados no mundo ocidental, parece-me profundamente inadequado continuar considerando que pelos, onde quer que nasçam, sejam relevantes para definir personalidades e papéis sociais.

Depilação, acredito, deve ser uma escolha consciente e livre, um ato de liberdade.  Não é um pequeno conjunto de pelos acima dos lábios que fará de alguém uma virago.

E afinal, o que significa "que nem o diabo pode"?  Há uma referência à necessidade de submeter a mulher com bigodes, por acaso? 

Não gosto da idéia, não gosto do dito popular e decidi combatê-lo.

Já esse outro traz verdadeira sabedoria;  "o que começa errado, termina errado".  É uma questão principiológica e de raiz: se começou torto nunca se endireita, como naquele provérbio que diz "pau que nasce torno, morre torto".

 Quem defende que as coisas e pessoas têm conserto, geralmente retruca o provérbio com frases do tipo "tudo está bem quando acaba bem" ou "se não está bem é porque ainda não terminou", mas isso não foi confirmado pela minha experiência e demonstra um otimismo injustificável.


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