sexta-feira, 19 de abril de 2019

O sofrimento de Cristo

Hoje é um dia para lembrar de Jesus Cristo porque na tradição cristã é a data em que foi executado em cumprimento de uma decisão administrativa.

O sacrifício de Cristo, cuja morte é considerada necessária para a expiação do nosso pecado, o transformou em Cordeiro de Deus, e é relembrado através da missa católica. "Fazei isso em memória de mim", foi o que disse ao compartilhar o pão e o destino naquela última ceia com os apóstolos (https://direitoamemoria.blogspot.com/2011/06/fazei-isso-em-memoria-de-mim.html).

Hoje é um dia para imitar os gestos mais do que suas palavras mal-compreendidas. Alguns cristãos distanciaram-se tanto dos ensinamentos de Cristo que estão fazendo o oposto do que foi ensinado.

Pensando nas imagens da Paixão, sempre me pergunto que personagem eu seria naquele cenário: a pessoa que lava as mãos? A que manda executar a pena? A que se diverte com o sofrimento alheio?  O carrasco? Indiferente? Pensaria que, se foi condenado, é porque mereceu? Entre os que salvaram pelo menos um ser humano, Barrabás?

A revolta no texto e daqueles que ensinam a Bíblia é que o povo preferiu salvar um ladrão ao filho de Deus. A mensagem subliminar é que há pessoas melhores que outras, e que algumas merecem morrer?

Cristo não diria isso. Cristo não faria isso.

Talvez fosse mais cristão mudar as condições políticas para que execuções não fossem necessárias. Jesus disse isso de muitas formas.

Essa, para mim, é uma das datas memoriais mais difíceis e reflexivas (https://direitoamemoria.blogspot.com/2012/04/sexta-feira-da-paixao-de-cristo.html) porque as imagens desse fato são a de um jovem carpinteiro sendo torturado, humilhado e assassinado, e de sua família e amigos sofrendo.

Compaixão é sofrer junto, e para mim esse é o significado da data de hoje. Amanhã, a missão é ir além, e transformar essa experiência dolorosa em motivo de crescimento e melhoria individual e em favor de outras pessoas, dando sentido atual ao sacrifício.

Cristo, presente.





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