domingo, 25 de abril de 2021

Patrimônio cultural familiar (6): doenças e soluções

Famílias não são apenas afetos e desafetos entre pessoas.  São estruturas que permitem a criação, manutenção e transmissão de modos de viver, fazeres e saberes.

As famílias, como qualquer outro grupo, também têm a sua identidade e o seu patrimônio cultural.  A herança de uma família vai além dos meros bens econômicos: há todo um acervo de valores imateriais e culturais transmitidos através das gerações.  Refletimos sobre aspectos desse importante acervo nos posts http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2015/08/patrimonio-cultural-familiar.htmlhttp://direitoamemoria.blogspot.com.br/2017/04/patrimonio-cultural-familiar-2-arte-de.html e https://direitoamemoria.blogspot.com.br/2017/05/patrimonio-cultural-familiar-3.html?m=0http://direitoamemoria.blogspot.com/2017/12/patrimonio-cultural-familiar-4-os-fatos.htmlhttps://direitoamemoria.blogspot.com/2019/08/patrimonio-cultural-familiar-5-as.html.

Essa herança, que vai além dos meros bens econômicos, confere identidade e sensação de pertencimento. Os conhecimentos e valores (culturais e morais) são o quadro no âmbito do qual desenvolvemos a nossa personalidade, e sentimos a sua continuidade através da estreita relação com a memória dos antepassados e a convivência com os contemporâneos.

A memória familiar é um registro muito importante da biografia dos seus membros, e especialmente no que se refere às doenças que os afetaram, e que podem ser vistas como regularidades, das soluções e adaptações que foram encontradas para conviver com elas.  Antes mesmo da construção do campo de conhecimento chamado "Genética", as famílias sabiam o que afetava os seus membros e quais as soluções que passaram no teste do tempo.

Hoje quando alguém vai fazer uma consulta médica, sempre é feita a anamnese, para trazer à lembrança as informações sobre a saúde da pessoa e das doenças em que a genética é um fator importante. Informações precisas sobre hipertensão, diabetes, problemas cardíacos e vasculares  e outras doenças ajudam os médicos a contextualizar você.

Eu, por questões pessoais e acadêmicas, sou uma paciente que consegue dar muitas informações importantes e (incrivelmente) precisas sobre as doenças que os membros da minha família enfrentam e enfrentaram.  E nós, na minha família, aperfeiçoamos procedimentos e soluções ao longo das gerações.

Nesse caso lembrar é uma questão de sobrevivência e de qualidade de vida das pessoas, e uma chance para se preparar que dá uma grande vantagem no enfrentamento dos problemas.


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