sábado, 22 de abril de 2023

Caminhadas de Fabiana, o início

Ontem estava caminhando e tentei lembrar quando essa paixão começou.

A primeira vez que lembro de andar bastante, eu tinha mais ou menos um seis anos,  e foi motivada por uma penalidade materna.

Nós, como sempre, estávamos acabando com o pouco juízo da minha mãe com brigas e brincadeiras, até que ela finalmente perdeu a paciência e resolveu que nós iríamos para a casa da minha avó, onde ela receberia ajuda e nós, supostamente, disciplina.

O detalhe nessa história é que ela resolveu ir a pé e nós caminhamos aproximadamente 7km.

Naquela época, para uma criança pequena, acho que foi demasiado, mas eu gostei bastante.

Além disso, todas as atividades da minha vidinha eram realizadas a pé, por exemplo ir para a escola, conservatório de Música, aula de idiomas, e depois para a Faculdade, o estágio, e para o trabalho.

Então caminhar, para mim, sempre foi a forma preferencial de locomoção e depois também virou atividade física e lazer.

A minha diversão é chegar em uma cidade linda e fazer a travessia observando tudo o que eu posso.  Caminhar permite observar com mais tempo e apreciar mais, e isso não é uma metáfora.

Eu já atravessei algumas cidades assim, ou pelo menos o que se considera o seu coração histórico: Sevilha, Madrid, Toledo, Buenos Aires, uma parte de Nova York (sentindo-me uma selvagem da noite 😂), Paris, Roma, Florença, Veneza (a ilha mais famosa), Innsbruck, Heidelberg, Bogotá, Lisboa, Porto, Cascais, Sintra, Salvador (Bahia), São Luís (Maranhão), Fortaleza (CE), São Paulo (o que se considera histórico), Florianópolis (centro, Sul e Norte da ilha), Porto Alegre (RS),  Pirenópolis, Belo Horizonte (mesmo com o pé torcido (https://direitoamemoria.blogspot.com/2015/11/boas-lembrancasbelo-horizonte.html), uma parte de Brasília, mas definitivamente não sei andar lá.

Existem outras: todas do Camino Francés a Santiago e a minha própria cidade, que nos domingos e feriados eu atravesso sempre com um olhar de novidade.  Norte, Sul, Leste e Oeste, a cada mês eu atravesso em todas as direções, uma por final de semana.

Enquanto caminho, eu lembro.  Se tenho a sorte de ter companhia, o que é raro, oferto e recebo memórias compartilhando uma paisagem que a cada momento ganha novos significados.

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