sábado, 5 de fevereiro de 2011
Esqueça, se puder (3 e 4)
A idéia da série "Esqueça, se puder" era lembrar fatos que impressionaram os meus sentidos de maneira indelével. O sentido da visão foi fortemente impressionado pela foto do cachorrinho simpático no número 1. Já o sentido do paladar foi traumatizado pelo consumo imoderado de pimenta habanero (2). Estava eu olhando o mundo, esperando que alguma lembrança boa passasse para escrever os posts 3, 4 e 5 da série, quando aconteceu o seguinte dialógo (?): - Ó, Fabiana, aquele teu sabonete é péssimo (creme esfoliante CARÍSSIMO que comprei para lixar as nascentes rugas). Arranha tudo e não tem cheiro de nada, pô. Parece que eu limpei o rabo com a areia da praia... E eu fiquei ali, parada e calada, pensando na vida. Adiantava explicar o que é um esfoliante? Claro que não, e no final ia parecer que estava sendo entrevistada por Zeca Bordoada, ilustre apresentador do programa TV Macho da Tv Pirata, lembram? Então, a situação virou post por mérito próprio, pela forte referência ao sentido do tato (e também pela total falta de tato do comentário, 3), e por eu ter sido obrigada a ouvir (4) essa demonstração de total desconhecimento das necessidades da mulher contemporânea. Como já falamos de memória olfativa no post sobre o Angelim da Mangabeira, encerro esta série. Vamos brincar de outra coisa?
Flàvia?
ResponderExcluirFabi, eu tenho um registro com tato gravado na minha memoria. Não sei se jà te contei. Esse registro deve ter sido 'forjado' qdo eu tinha uns 8 anos.
ResponderExcluirNessa época meu pai era gordo e ele se divertia em me mostrar que meus braços não eram suficientemente longos pra contornar a sua barriga. A idéia era que eu pudesse tocar uma mão na outra, na frente do seu umbigo, quando andavamos de moto.
Então eu me prestava bobamente àquele jogo, como se tivesse uma change de ganhà-lo, e o safado ganhava o abraço de graça o tempo todo.
E isso me marcou, certamente por causa da expectativa criada em mim de que meus braços cresceriam mais que a barriga dele e que, então, um dia minhas mãos iriam se encontrar.
Essa memoria ficou ali, como uma esfinge esquecida no fundo da gaveta do tempo.
Mas eis que aquele sensação do toque nos braços me veio em sonho. Tal qual acontecia na época. Ou seja, eu esticando o braço e tentando alcançar uma mão na outra..., quase, quase...
E como sempre acontencia, também no sonho, não deu!
Que memória engraçada!
ResponderExcluirO melhor (e às vezes, o pior) da memória é que ela é presente, e não passado. Ou seja, cada vez que a gente lembra, e a lembrança é forte o suficiente, as mesmas sensações e percepções voltam a ocorrer.
Ainda bem que você reconhece que era uma criança boba...Ah, se fosse comigo!
Primeiro, cravava o dedão direito no umbigo do papai.
Depois, colocava o braço esquerdo em ângulo descendente, de modo que o braço direito apertasse suficientemente a barriga por baixo, enquanto o pneuzão escaparia (teoricamente) pela lateral esquerda, que enlaçaria o barrigão por cima.
Com uma pequena pressão na base da coluna, tenho certeza que encolheria a barriga, e daí você conseguiria juntar os braços.
Plano perfeito!
Mas acho que o melhor para a memória é lembrar assim, que tentou um bocado e não conseguiu, enquanto o seu pai se divertia com as suas tentativas frustrada e ganhava abraços de graça.
Podemos brincar de memoria das Copas do Mundo.
ResponderExcluirOntem vc estava em 1982?
Eu me lembro que foi assistindo a um jogo da Copa de 1982 que comi pela primeira vez um pacote de Fandangos.
E acho que foi a ultima também... Que negocio ruim!
Rapaiz, essa vai ser boa...a memória que eu tenho é surreal!
ResponderExcluirNa Copa de 82 a minha família decidiu que ia assistir aos jogos lá em casa. Então, toda vez que ia ter jogo, o apartamento ficava superlotado de tios, primos, era ótimo!
Aí vem a parte surreal. Não sei se foi a carnavalização do espetáculo, ou a bebida, ou ambos, mas alguém teve a idéia de cevar uma carpa para ser consumida na final, evidentemente quando o Brasil fosse campeão.
A carpa foi criada em um garrafão de água mineral cortado ao meio, que na época era de vidro. O meu lugar na sala para assistir aos jogos, por ser criança e mal paga, era do lado do garrafão da carpa, na frente do carrinho onde o meu irmão menor, recém-nascido, tentava dormir.
Cada gol ou quase gol era uma gritaria, o neném acordava assustado e chorava, alguém batia no garrafão da carpa, e aquela água que fedia a boca de sapo toda vez caía em mim.
Em síntese, como o Brasil não chegou à final, a carpa virou logo petisco frito, do tipo arrumadinho, com direito a vinagrete e farofa.
Já o neném, bem...Deu no que deu.
@Fabiana: "Jà o neném, bem...Deu no que deu".
ResponderExcluirTai a explicação que me faltava. Somada à informação sobre os habitos da familia que li no post sobre o Malawi, posso agora entender a personagem!
@Denise@: você foi imprensada e arrobadaa!
ResponderExcluirTá vendo, para tudo tem uma explicação no passado. Deve ser por isso que ele gosta de ouvir aquelas músicas gritadas.
Sem comentários desse post.
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