sábado, 30 de novembro de 2013

Ilustração: violação do entorno de monumentos

Se havia algum questionamento sobre a importância de evitar barreiras à visibilidade dos monumentos, olha só o que a empresa Louis Vuitton cometeu na praça Vermelha em Moscou:




A mala gigante foi ou será retirada: http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,louis-vuitton-e-expulsa-da-praca-vermelha-de-moscou,171278,0.htm porque ofendeu a visibilidade dos importantíssimos marcos históricos, no quesito visibilidade e ambiência, porque ofendeu o povo russo e o bom senso e, dizem, não obteve autorização do governo.


Esse exemplo vai direto para as aulas de Direito do Patrimônio Cultural.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Presépio (2)

O blog iniciou uma série de reflexões sobre os símbolos natalinos, considerando o período festivo que se aproxima, e com certo atraso em relação à Venezuela (http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2013/11/natal-em-novembro.html).

Nossa reflexão partiu de uma reencenação importantíssima - o Presépio (http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2013/11/presepio.html), e não podíamos deixar de indicar outras formas de representação além da tradicional.

Olha aí outra representação da cena do presépio (os quatro primeiros minutos), representada (?) ou explodida pelo grupo Monthy Phyton, no indizível filme "A vida de Brian": http://www.youtube.com/watch?v=JvGy6pHBQiw.

É uma ilustração das ressignificações, rememorações, com a persistência daqueles elementos já citados no primeiro post sobre presépios, apesar da representação peculiar.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Presépio


Presépio em Português é sinônimo de estábulo.  Mas para os cristãos, o presépio natalino é uma espécie de fotografia em três dimensões do nascimento de Cristo.  É uma maneira de reencenar e relembrar esse importante natalício, ao qual estavam presentes:

O pai terreno - José
A mãe - Maria
O bebê - Jesus
Os três Reis Magos - Baltasar, Gaspar e  Melchior, que trouxeram as oferendas sob forma de ouro, incenso e mirra.
A estrela de Belém, que guiou os magos pelo caminho e anunciou o nascimento de Cristo, que evidentemente viram e entenderam o sinal.
Animais variados, principalmente bois e vacas, ovelhas, galos.
Alguns presépios também trazem bandas de música, pastores.

Em relação a esses últimos, na região da Catalunha, é tradição incorporar pequenas figuras em cerâmica de camponeses defecando, como símbolo de fertilidade, que só o adubo pode ilustrar tão bem.  Os tradicionais camponeses foram substituídas por figuras de celebridades que comemoram o Natal igualmente cagando: http://g1.globo.com/planeta-bizarro/noticia/2013/11/papa-messi-dilma-e-neymar-viram-caganers-de-presepio-da-catalunha.html

Ou seja, em alguns presépios tem até gente cagando. Deve ser daí que vem a palavra presepada.

Não há uma representação de Deus - o Pai Celestial - na cena do nascimento de Cristo, mas evidentemente ele estava lá porque na cultura ocidental ele é onipresente.

Além dos personagens humanos, que são fundantes da identidade ocidental, um dos animais se destaca: a  vaquinha de presépio.  Essa figura passou à nossa memória coletiva como um símbolo negativo de conformismo,  talvez por causa de sua condição de figurante da cena.  Ser uma vaquinha de presépio significa aceitar tudo sem criticar.

Aqui na minha região (do Brasil) há a tradição de fazer uma encenação em frente ao presépio, que em determinada época passou a ser sinônimo de "Lapinha".  O pastoril é uma dança, com cânticos específicos, que é executada em frente à cena do nascimento de Cristo.  Como o presépio é considerado sagrado, e consequentemente os materiais que o integram, aqui é tradição de queimá-los no dia de Reis (6 de janeiro), em um ritual denominado "Queima da Lapinha".





sábado, 23 de novembro de 2013

Memória do blog 2013


Dezembro, tempo de confraternização e de realizar o balanço do ano. Hora de parar para refletir sobre o que andamos fazendo no blog, que nasceu há três anos e meio pelo nosso desejo de  discutir e refletir sobre o direito à memória coletiva e individual (dos vivos e dos mortos), tema que continua interessante e instigante para mim.

Nesse ano tivemos a oportunidade de discutir idéias, acompanhar fatos e divulgar trabalhos.  Agradeço a todos que manifestaram suas opiniões, principalmente dra. Denise, e todos aqueles que têm interesse pelo blog e pelo tema "direito à memória".

Em números, nós tivemos 42.659 visualizações até a data de hoje, em diversos países (Brasil, França, Estados Unidos, Portugal, México, Rússia, Cingapura, Eslovênia, Alemanha, Angola, Itália, Reino Unido, Ucrânia). Nesse ano de 2013, pela primeira vez, a Malásia, a China e a Costa do Marfim marcaram presença.

Gostaria de conhecer todo o patrimônio cultural desses lugares, falar todas as línguas e verificar os mecanismos de transmissão da memória coletiva mas, infelizmente, a "Arte é longa e a vida é breve". Mas isso não nos deve impedir de sonhar e tentar, então vou precisar viajar muito, o que é ótimo.

A postagem que mais suscitou interesse até hoje foi "31 de Outubro - Halloween, Raloim, Dia do Saci e Memória Coletiva" http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2011/10/31-de-outubro-halloween-raloim-dia-do.html,  no qual discutimos a pertinência ou impertinência da tradução da primeira festividade para o comemograma nacional.  Atribuo o grande número de visualizações a um milagre dos santos Cosme e Damião.

Em seguida vêm as postagens que tratam de xingamentos antigos, sempre buscados na Internet. 

Gostei da experiência do blog e de poder compartilhar idéias com pessoas em tantos lugares diferentes. No ano de 2014 vou continuar por aqui,  e desejo a todos um ano novo maravilhoso, para ficar na memória!


Costumes brasileiros esquisitos

Sim, as esquisitices são uma parte muito especial da identidade cultural de um povo, e ajudam a evidenciar o seu específico modo de viver, fazer e sentir.

Comecei a lembrar dos costumes brasileiros que, apesar do meu conforto nessa nossa cultura, ainda me causam estranheza.  Se são estranhos para mim, que sou brasileira há tanto tempo, imagine para quem é novo nesse esporte ou é estrangeiro.

Esse post inicia uma coletânea das nossas esquisitices que consegui lembrar, e aceitamos contribuições.  Escolhi um hábito particular da da minha cidade, com o qual não consigo me adaptar:

Bom dia!  Utilizado do raiar do sol ao meio dia em ponto.

Boa tarde! Utilizado de 12:01 até às 18 horas (quando o sol precipitadamente se esconde).

Boa Noite! Utilizado das 18:01 até o raiar do dia seguinte.

Você será imediatamente corrigido se cumprimentar errado.  Aqui as pessoas literalmente olham o relógio para cumprimentar os outros, e o corrigem (ai de você!) caso não observe os horários de cumprimento.

Olha o que aconteceu comigo ontem.  Era mais ou menos 12:15, entrei no elevador e disse:

- Bom dia!

- O rapaz olhou no relógio e disse: Bom dia, não, boa tarde.

E isso acontece diariamente comigo porque não uso relógio de pulso (espécie de grilhão pequeno burguês que impõe uma temporalidade falsamente homogênea, na minha visão).

Será que é realmente tão importante assim observar esses marcos para cumprimentos?  Será que a nossa pontualidade se reduz aos cumprimentos?  Sim, porque a mesma pessoa que o corrige vai atrasar para seus compromissos (cf. http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2013/01/conhece-te-ti-mesmo-brasil-2.html).

Quem dera esse mesmo vigor justiceiro quanto aos horários fosse aplicado em outras ocasiões sociais.

E aí? Quais outros costumes brasileiros são peculiares?

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Lápides digitais


No post http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2013/06/direito-memoria-dos-mortos-lapides.html, destacamos a importância das lápides para a memória dos mortos,  pois além de indicarem o local do sepultamento e nome do indivíduo, e as datas de nascimento e morte, às vezes trazem fotos, poemas, e também elementos artísticos (esculturas, mosaicos) que contam uma história.

Além de tudo isso,  agora  as lápides podem contar com um código de barras, que remete a uma página na internet, onde podem ser vistas informações sobre o falecido, confira: http://video.br.msn.com/watch/video/os-tumulos-digitais/kpakw0el?from=.

domingo, 17 de novembro de 2013

Diálogo Surreal (2)

- (...) porque o Direito tem que ser mais acessível a todas as pessoas, e acredito que seria importante abolir o latinismo das petições...

- Eu:  Com licença, vou discordar. Concordo que o Direito tem que ser mais acessível a todos os brasileiros, e para tanto, deveria haver um programa de educação normativa do cidadão.  O brasileiro precisa conhecer as leis que deve cumprir.  Mas para isso não precisamos sacrificar a tradição de usar expressões latinas, porque isso constitui o jargão técnico dos juristas.

- Data venia, Fabiana, o Latim que você defende é mal utilizado.  Seria muito mais inteligível para as pessoas traduzir as expressões e brocardos jurídicos.

- Eu: E não podemos usar os dois?  A expressão latina acompanhada de uma tradução?Quod abundat non nocet.

- Às vezes prejudica, se a pessoa usar errado.  E como se usa errado!

- Eu: É verdade. Mas não seria o caso de voltar a ensinar Latim nas Faculdades de Direito?  Aprendendo mais, tenderíamos a errar menos na aplicação, não é? In eo quod plus est semper inest et minus.
Na verdade, o Latim que os operadores do Direito usam são expressões (brocardos) que condensam idéias, e não chegam a comprometer a compreensão dos textos.

Às vezes o que contribui para torná-los ininteligíveis são as palavras em Português pouco conhecidas das pessoas e também os aspectos mais técnicos, por exemplo, de Direito Processual. Não é necessariamente o Latim que atrapalha.

- Por exemplo?

- Eu: proxeneta, alugueres, alhures, indigitado, rufião, chicana, procrastinatório, jaez, pérfido, indigitado, perscrutar,lhaneza...




quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Modos de ser e viver tradicionais

A memória coletiva abrange os bens culturais materiais e imateriais e, dentre esses últimos, os modos de ser e viver e as formas de expressão são importantíssimas formas de manifestação identitária.

A manutenção dos recursos culturais em sua diversidade permite à Humanidade encontrar alternativas de desenvolvimento.  E diariamente indivíduos e culturas nascem e morrem, e com eles todo um acervo de memórias individuais e coletivas.

Com o título de "Before they pass away", o fotógrafo Jimmy Nelson retratou lindamente modos de ser e viver considerados em risco de extinção:   http://www.beforethey.com/

Vale a pena ver como a Humanidade é diversa e interessante nessas belíssimas fotos.  Se, efetivamente esses modos de vida tradicional desaparecerem, e esse parece ser o seu fado, todos ficaremos mais pobres.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Produtos centenários

Sim, às vezes a antiguidade é elemento de marketing e legitima o produto.  Invocar a permanência como indicador da qualidade, já que o produto resistiu ao teste do tempo, é uma forma de transformar a passagem do tempo em certificação.

Ou seja, quanto mais tempo estiver no mercado, melhor o produto.  A falácia é evidente, mas não é por isso que vou deixar de cair na armadilha.  Como diria Wilde, resisto tudo, menos a uma tentação.

Eu realmente me sinto tentada a provar esses produtos centenários.  Um exemplo?  Vejam no rótulo da cerveja Stella Artois, a data mágica de 1366. Gente, eu nem bebo cerveja, mas se vem do século XIV, é para lá que eu vou.  E a Heineken?  Século XIX? Vou beber, com moderação.

Mas não vale invocar o poder da tradição se é novinho, como tentou uma cerveja brasileira.  Não vale.

Essas coisas boas que são feitas pela mesma família há gerações são obrigatórias para mim.  Compotas e bolos, quanto mais velha a receita, melhor.  E se vier acompanhado da frase "era assim que a minha bisavó fazia", vou gostar em homenagem a ela, mesmo que não seja do meu agrado.

Quando chego em um lugar diferente pergunto logo onde é o restaurante mais antigo, a sorveteria, loja, farmácia, mercado tradicionais.  Procuro pelas peças de resistência do local, e é sempre uma grata experiência.

Se eu posso ser enganada pelo falso discurso da continuidade? É possível, mas nesse caso o tempo está ao nosso favor.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Natal em novembro?


Fui surpreendida por uma notícia de que o Presidente Maduro, da Venezuela, por decreto, havia antecipado o natal: http://www.publico.pt/mundo/noticia/maduro-decreta-que-o-natal-na-venezuela-e-em-novembro-1611390.

A idéia, parece, era aproveitar o espírito natalino e a atmosfera de confraternização para pacificar a população, que enfrenta uma inflação galopante e situação geral de desabastecimento, coisa que nós brasileiros lembramos bem, ou pelo menos devíamos lembrar (http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2011/05/memoria-brasileira-inflacao.html).

Procurei o referido decreto no sítio do governo venezuelano e não encontrei.

E antes de pensar que se trata de um absurdo, é importante dizer que na Venezula el ciclo navidadeño começa em novembro: http://gobiernoenlinea.gob.ve/home/arteG_detalle.dot. Então, talvez, o presidente só esteja saudando o início do ciclo natalino, que aparentemente se estende até fevereiro, como se dirigisse um pedido de trégua ao universo.

Ou, quem sabe, a lembrança dos seus belos natais o emociona vivamente.

Na dúvida, deixo meus votos de Feliz Natal a todo estimado povo venezuelano.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Casa de Steve Jobs reconhecida como monumento histórico


Notícia interessante: http://br.noticias.yahoo.com/casa-onde-steve-jobs-cresceu-142500429.html.

Para a região onde ele nasceu e viveu, Steve Jobs realmente causou impactos, especialmente econômicos, além de ser um personagem importante por sua biografia e invenções.

Patrimonializar a casa onde ele nasceu e viveu, e criou os primeiros computadores, é uma forma de demonstrar quais os aspectos de sua vida são mais relevantes para aquela comunidade.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Quadros confiscados pelos nazistas são encontrados

Notícia interessante: http://noticias.terra.com.br/mundo/europa/encontrados-em-munique-quadros-de-grandes-mestres-levados-por-nazistas,b9da19bf69b12410VgnCLD2000000ec6eb0aRCRD.html

Todo mundo sabe o grande apreço dos nazistas pelas obras de arte alheias, e como fizeram fortunas pessoais confiscando, digo, roubando o patrimônio dos deportados.

Sobre o roubo e devolução de obras de arte na época da Segunda Guerra Mundial, é interessante buscar informações sobre "monument men" (http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2012/05/monument-men.html).

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Odin e a memória

A relação entre memória e divindade evidencia a sua importância para a sociedade.  Em posts anteriores buscamos refletir um pouco sobre o assunto, especialmente tratando sobre Mnemosyne (http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2011/01/deusa-memoria.html) e Hermes (http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2011/07/hermes-e-memoria.html).

Ontem fiquei pensando em outras relações mitológicas com a memória, por exemplo, Tezcatlipoca (que eu ainda preciso estudar), Nanã, e lembrei de Odin, esse deus tão interessante da mitologia nórdica, que era cego de um dos olhos e andava acompanhado de dois corvos Hugin (Pensamento) e Munin (Memória).

Os corvos de Odin eram enviados para observar os mundos e trazer de volta informações. Observem que interessante, o conhecimento do deus era obtido quando o pensamento e a memória  saíam para ver os mundos e reportavam suas impressões.

Acredito que a metáfora é apropriada, embora se afirme que originalmente os corvos não representavam o pensamento e a memória. Mas parece tão certo: a memória sem o pensamento não pode voar, e o pensamento sem ela não pode reter as impressões.  Certamente é por isso que ele precisa de dois corvos, e não de um só.

Odin é o criador, reconhecido por ser sábio.  Ele preside os banquetes do Valhalla, lugar para onde vão os espíritos dos guerreiros falecidos que merecem, um paraíso em que há fartura de carne e batalhas diárias. Cada povo coloca em sua idéia de paraíso aquilo que parece mais precioso: para um viking seria a honra, a comida e continuar lutando.

E falando em vikings, lembrei dos belos barcos-dragão: http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2011/07/o-drakkar.html.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Aula de piano

Imortalidade é isso.  O sujeito escreveu essa música há quase trezentos anos e eu, aqui, tocando as mesmas notas que ele sonhou no passado... Provavelmente o som não era esse, porque o instrumento mudou muito, e também porque ele tocava em uma igreja, a acústica devia ser melhor do que a dessa sala mas...

- Fabiana, preste atenção, você está tocando errado.  Toque de novo, do começo, e sem distrações.

Certo, sem distrações. Ré, sol, lá, si, dó, Ré, eu gosto dessa música.  Sol, sol, devia ser interessante esse Bach.  Acho legal  aquela peruca que ele usava, mas devia ser difícil tocar com aquelas roupas. Hehehehe,  Gosto muito dessa música, ops, era dó.

- Fabiana, pare rir e preste atenção.

- Desculpe, vou recomeçar, professora.

BOW-BOW-BOW. Começou a aula na sala do lado.  Alguém tocava um instrumento que parecia um arroto.  Hehehehe, pelo menos eu não estou arrotando, hehehehe.

E assim eram as minhas tardes de sexta-feira, nas aulas de piano das quais eu gostava por causa da minha professora, e sua infinita paciência.  E que talento!  Tudo que aquela senhora tocava ficava lindo, nem dava para acreditar que era a mesma música que eu estava forçando para fora do teclado.

Dessas tardes mágicas, ficaram a saudade da minha professora, o gosto pela música em geral (mesmo que não as execute, e talvez por isso), uma certa disciplina para os estudos e bastante agilidade para digitar, o que acabou sendo muito útil.

A verdade é que a minha imaginação voava, mas não tanto quanto a do meu irmão Robinson: