segunda-feira, 24 de abril de 2023

Lembrar a quarentena

A quarentena imposta pelas medidas sanitárias para o enfretamento da pandemia de Covid-19 é um marco histórico, e deve ser lembrado.

Quando estudamos História, e aprendemos sobre a Grande Peste, ou a época da Gripe Espanhola, não dava para ter dimensão do significado histórico.

Nós somos a geração que está sobrevivendo à maior peste que já assolou a Humanidade, vocês já pensaram nisso?

Nunca houve uma pandemia, nunca os meios de transporte foram tão eficientes para disseminar e combater a doença, nunca os meios de comunicação permitiram trocar informações tão rapidamente.

Em fevereiro de 2020, quando as notícias da pandemia na Itália começaram a circular, eu já estava limitando o meu deslocamento.  Minha quarentena começou duas semanas antes de ser oficializada pelas autoridades locais por causa da internet.

Gostaria de saber que tipos de estudos foram feitos durante o período que durou a quarentena.  Para alguns cientistas foi a oportunidade de estudar seus campos de uma maneira impensável:  quem estuda poluição, antropologia, sociologia, segurança pública, agora vai ter um parâmetro impensável de comparação.

Quando penso nesse período excepcional, vejo como a minha vida, minha situação individual, mudou.  Vou retomar para relembrar alguns hábitos que desenvolvi durante a quarentena, e que se mostraram positivos para mim.

Foi um aprendizado difícil, e não podemos perder a chance de lembrar.


sábado, 22 de abril de 2023

Caminhadas de Fabiana, o início

Ontem estava caminhando e tentei lembrar quando essa paixão começou.

A primeira vez que lembro de andar bastante, eu tinha mais ou menos um seis anos,  e foi motivada por uma penalidade materna.

Nós, como sempre, estávamos acabando com o pouco juízo da minha mãe com brigas e brincadeiras, até que ela finalmente perdeu a paciência e resolveu que nós iríamos para a casa da minha avó, onde ela receberia ajuda e nós, supostamente, disciplina.

O detalhe nessa história é que ela resolveu ir a pé e nós caminhamos aproximadamente 7km.

Naquela época, para uma criança pequena, acho que foi demasiado, mas eu gostei bastante.

Além disso, todas as atividades da minha vidinha eram realizadas a pé, por exemplo ir para a escola, conservatório de Música, aula de idiomas, e depois para a Faculdade, o estágio, e para o trabalho.

Então caminhar, para mim, sempre foi a forma preferencial de locomoção e depois também virou atividade física e lazer.

A minha diversão é chegar em uma cidade linda e fazer a travessia observando tudo o que eu posso.  Caminhar permite observar com mais tempo e apreciar mais, e isso não é uma metáfora.

Eu já atravessei algumas cidades assim, ou pelo menos o que se considera o seu coração histórico: Sevilha, Madrid, Toledo, Buenos Aires, uma parte de Nova York (sentindo-me uma selvagem da noite 😂), Paris, Roma, Florença, Veneza (a ilha mais famosa), Innsbruck, Heidelberg, Bogotá, Lisboa, Porto, Cascais, Sintra, Salvador (Bahia), São Luís (Maranhão), Fortaleza (CE), São Paulo (o que se considera histórico), Florianópolis (centro, Sul e Norte da ilha), Porto Alegre (RS),  Pirenópolis, Belo Horizonte (mesmo com o pé torcido (https://direitoamemoria.blogspot.com/2015/11/boas-lembrancasbelo-horizonte.html), uma parte de Brasília, mas definitivamente não sei andar lá.

Existem outras: todas do Camino Francés a Santiago e a minha própria cidade, que nos domingos e feriados eu atravesso sempre com um olhar de novidade.  Norte, Sul, Leste e Oeste, a cada mês eu atravesso em todas as direções, uma por final de semana.

Enquanto caminho, eu lembro.  Se tenho a sorte de ter companhia, o que é raro, oferto e recebo memórias compartilhando uma paisagem que a cada momento ganha novos significados.

sábado, 8 de abril de 2023

Lembrar o dia 8 de Janeiro de 2023

O dever de memória impõe lembrar o que aconteceu no Brasil em 8 de janeiro de 2023 (https://direitoamemoria.blogspot.com/2023/02/todo-dia-8-de-janeiro.html?sc=1680945577313#c8344462059333662523).

O choque inicial parece que foi substituído por uma grande sensação de indiferença, com notícias esparsas e  uma vaga lembrança.

Esquecer não é superar.