No dia 31/03/2014 oficialmente iniciam as comemorações do "evento" de 1964. Ainda não há consenso se o que ocorreu foi um Golpe Militar, uma Revolução ou uma Contra-Revolução (contra uma "revolução comunista" em andamento) e, mais do que um simples nome, cada uma dessas categorias abrange significados e consequências muito distintos para a memória coletiva.
Também não há consenso sobre a data em que o golpe/revolução/contra-revolução aconteceu: Dia 31 de março (Revolução/Contra-Revolução)? Dia 1º ou 2 de Abril? Juridicamente, a quebra da ordem constitucional ocorreu com o Ato Institucional nº 01, de 9 de abril de 1964.
O presidente foi deposto no dia 2 de abril, então faz sentido considerar esse o marco histórico do Golpe.
Enfm, lembrar das ditaduras brasileiras é sempre importante, e aqui no blog nós tentamos não esquecer (http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2012/09/memoria-brasileira-ditadura-de-1961-1988.html). Para a comemoração fazer sentido de verdade, é preciso que venha acompanhada de reflexão sobre o significado desse fato histórico para o nosso cotidiano enquanto sociedade.
Apenas por ser oportuno, lembro que a legislação brasileira retroage os efeitos da anistia a 2 de setembro de 1961, quando foi instituído o sistema parlamentarista pela Emenda Constitucional nº 04/61 (http://legis.senado.gov.br/legislacao/ListaPublicacoes.action?id=113505), e isso deve ser considerado por quem tenta fixar a data do evento. Há um reconhecimento legislativo de um período de desestabilização anterior ao Golpe, que inclusive mereceu anistiar condutas.
Como se pode ver, a ausência de um debate público verdadeiro durante todos esses anos, mesmo após 25 anos de vigência da Constituição democrática, não nos permitiu construir a versão a ser comemorada.
segunda-feira, 31 de março de 2014
sábado, 29 de março de 2014
Aboios
Falando em música de trabalho no post http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2014/02/dialogo-surreal-3-musicas-de-trabalho.html, lembrei que eu adoro aboios.
Confira essa reportagem interessante sobre aboios de diversos lugares do Brasil: https://www.youtube.com/watch?v=I2i3sw5fUxM
quinta-feira, 27 de março de 2014
Reabilitação familiar intergeracional
A Espanha resolveu conceder a nacionalidade espanhola aos descendentes dos judeus expulsos em 1492. Olha que notícia interessante: http://expresionesbc.com/atencion-si-tu-apellido-aparece-en-esta-lista-podras-recibir-nacionalidad-espanola/.
Se na sua genealogia algum desses sobrenomes aparecer, talvez você possa ser espanhol.
Se na sua genealogia algum desses sobrenomes aparecer, talvez você possa ser espanhol.
domingo, 23 de março de 2014
Conhece-te a ti mesmo, Brasil (especial): a cartilha da FIFA
Nessa série do blog tentamos identificar algumas peculiaridades do nosso modo de ser e viver.
Agora, vejamos uma interessante contribuição internacional para a nossa reflexão: http://oglobo.globo.com/esportes/copa-2014/cartilha-da-fifa-para-turistas-estrangeiros-causa-polemica-11956639.
Agora, vejamos uma interessante contribuição internacional para a nossa reflexão: http://oglobo.globo.com/esportes/copa-2014/cartilha-da-fifa-para-turistas-estrangeiros-causa-polemica-11956639.
sexta-feira, 21 de março de 2014
Preparativos para a comemoração dos 50 anos do Golpe Militar
Comemorar é uma oportunidade de lembrarmos juntos, e cada um lembra o que quer e como pode.
As pessoas que apoiam retroativamente o Golpe Militar de 1964 (ou Revolução ou Contra-Revolução, o nome depende da ideologia) agendaram a reedição da "Marcha da Família com Deus pela Liberdade" para o próximo sábado, amanhã (dia 22/03/2014): http://oglobo.globo.com/pais/50-anos-depois-conservadores-tentam-reeditar-marcha-da-familia-com-deus-pela-liberdade-11918175.
As imagens e a idéia dessa Marcha são invocadas como evidência do apoio popular expressivo ao Golpe Militar de 1964, que derrubou o governo de João Goulart há cinquenta anos. Os números são muito divergentes: há quem diga que compareceram um milhão de pessoas, e outras contagens afirmam que foi um décimo disso.
O cinquentenário é um marco temporal importante, e vamos poder observar o combate simbólico, a verdadeira "batalha pela marca" na construção dessa memória coletiva.
Esse post não acaba aqui. Vamos continuar discutindo sobre o que acontecerá ( ou não) amanhã, sobre os discursos, visões, versões das comemorações desses eventos tão importantes para a História do Brasil.
As pessoas que apoiam retroativamente o Golpe Militar de 1964 (ou Revolução ou Contra-Revolução, o nome depende da ideologia) agendaram a reedição da "Marcha da Família com Deus pela Liberdade" para o próximo sábado, amanhã (dia 22/03/2014): http://oglobo.globo.com/pais/50-anos-depois-conservadores-tentam-reeditar-marcha-da-familia-com-deus-pela-liberdade-11918175.
As imagens e a idéia dessa Marcha são invocadas como evidência do apoio popular expressivo ao Golpe Militar de 1964, que derrubou o governo de João Goulart há cinquenta anos. Os números são muito divergentes: há quem diga que compareceram um milhão de pessoas, e outras contagens afirmam que foi um décimo disso.
O cinquentenário é um marco temporal importante, e vamos poder observar o combate simbólico, a verdadeira "batalha pela marca" na construção dessa memória coletiva.
Esse post não acaba aqui. Vamos continuar discutindo sobre o que acontecerá ( ou não) amanhã, sobre os discursos, visões, versões das comemorações desses eventos tão importantes para a História do Brasil.
quinta-feira, 20 de março de 2014
Memória do mundo: obras de Ernesto Nazareth
Notícia importante: http://extra.globo.com/tv-e-lazer/obra-de-ernesto-nazareth-eleita-patrimonio-da-humanidade-11905685.html
O programa Memória do Mundo é diferente do programa de patrimônio da humanidade, e trata-se de um importantíssimo acervo que pode ser consultado no link http://www.unesco.org/new/en/communication-and-information/flagship-project-activities/memory-of-the-world/homepage/, que também consta ao final do nosso blog no item "sítios interessantes para a memória".
Imortalidade é isso.
O programa Memória do Mundo é diferente do programa de patrimônio da humanidade, e trata-se de um importantíssimo acervo que pode ser consultado no link http://www.unesco.org/new/en/communication-and-information/flagship-project-activities/memory-of-the-world/homepage/, que também consta ao final do nosso blog no item "sítios interessantes para a memória".
Imortalidade é isso.
quarta-feira, 19 de março de 2014
Entorno de monumentos
O entorno é definido como a área de proteção e de contextualização do bem protegido pelo tombamento (no Brasil, regulado pelo Decreto-Lei nº 25/37).
Quando o entorno não condiz com nossa representação do monumento, é mesmo um choque, confiram:
http://www.upsocl.com/mundo/15-lugares-famosos-mostrados-junto-a-su-verdadero-entorno/#
Quando o entorno não condiz com nossa representação do monumento, é mesmo um choque, confiram:
http://www.upsocl.com/mundo/15-lugares-famosos-mostrados-junto-a-su-verdadero-entorno/#
terça-feira, 18 de março de 2014
A questão da promoção da memória individual
Diz-se que a propaganda é a alma do negócio, e isso é muito certo.
Quando se trata de promover a memória individual, seja de heróis, mártires ou menos que isso, é preciso fazer as perguntas básicas: quem? como? quando? por que? para que? onde?
O curioso caso da semi-transformação da Fundação Sarney (privada) na Fundação da Memória Republicana Brasileira (pública, http://www.fmrb.ma.gov.br/) pode nos ajudar a refletir sobre qual memória se pretende preservar. Assistam, vale a pena:
http://www.youtube.com/watch?v=nJNaPdyK-wo
Para conhecer a lei de criação da Fundação da Memória Republicana Brasileira: http://www.jusbrasil.com.br/diarios/31816768/doema-executivo-21-10-2011-pg-1
De acordo com o artigo 1º, §1º da Lei Estadual nº 9479/2011, o patrono dessa Fundação Pública seria José Sarney, ex-Presidente, ex-governador e membro da Academia Brasileira de Letras. Apenas para contribuir para a reflexão, transcrevemos o curioso artigo 5º, referido na reportagem:
Art. 5º O Conselho Curador, órgão de deliberação superior, consultivo e fiscalizador das atividades da Fundação, é composto por nove membros titulares, nomeados por ato do Governador do Estado, com mandato de seis anos, permitida a recondução, a saber:
omissis
§ 1º Em caso de falecimento do Patrono da Fundação e uma vez cumprido o mandato das pessoas por este indicadas, na forma do inciso VI deste artigo, as vagas posteriores serão providas por indicação dos herdeiros e/ou sucessores do Patrono.
E agora respondam as perguntas acima.
Quando se trata de promover a memória individual, seja de heróis, mártires ou menos que isso, é preciso fazer as perguntas básicas: quem? como? quando? por que? para que? onde?
O curioso caso da semi-transformação da Fundação Sarney (privada) na Fundação da Memória Republicana Brasileira (pública, http://www.fmrb.ma.gov.br/) pode nos ajudar a refletir sobre qual memória se pretende preservar. Assistam, vale a pena:
http://www.youtube.com/watch?v=nJNaPdyK-wo
Para conhecer a lei de criação da Fundação da Memória Republicana Brasileira: http://www.jusbrasil.com.br/diarios/31816768/doema-executivo-21-10-2011-pg-1
De acordo com o artigo 1º, §1º da Lei Estadual nº 9479/2011, o patrono dessa Fundação Pública seria José Sarney, ex-Presidente, ex-governador e membro da Academia Brasileira de Letras. Apenas para contribuir para a reflexão, transcrevemos o curioso artigo 5º, referido na reportagem:
Art. 5º O Conselho Curador, órgão de deliberação superior, consultivo e fiscalizador das atividades da Fundação, é composto por nove membros titulares, nomeados por ato do Governador do Estado, com mandato de seis anos, permitida a recondução, a saber:
omissis
§ 1º Em caso de falecimento do Patrono da Fundação e uma vez cumprido o mandato das pessoas por este indicadas, na forma do inciso VI deste artigo, as vagas posteriores serão providas por indicação dos herdeiros e/ou sucessores do Patrono.
E agora respondam as perguntas acima.
sábado, 15 de março de 2014
Mapa mundi
Sempre gostei muito de mapas, que são documentos incríveis e por vezes até mesmo belos, que além de servirem para representar territórios também contam história. É um exercício realmente interessante fazer uma análise comparativa das mudanças dos mapas nos últimos, digamos, dois séculos, para a gente perceber que são muito dinâmicos.
Eu tinha essa falsa idéia de que mapas (e consequentemente territórios) eram estáveis, mas quando comecei a lembrar do início dos meus estudos de Geografia, na agora longínqua quinta série ginasial, percebo que o mundo que eu estudei nos mapas mudou muito. Antes da quinta série a gente via um pouco de Geografia misturada com História, e temperada um pouco de Sociologia e doutrinação estatal em uma matéria chamada "Estudos Sociais", que aparentemente nem existe mais.
Foi nessa época que eu aprendi que o Brasil é um país abençoado, e aqui em se plantando tudo dá. Que somos os maiorais em rios, recursos naturais, seríamos no futuro uma espécie de celeiro mundial e isso parece que se confirmou parcialmente, especialmente em produtos oriundos de monocultivo. E também aprendi que a nossa população foi formada pela miscigenação harmônica de três matrizes raciais (?), os brancos portugueses, os negros e os indígenas, mas isso é tema para outra discussão.
Retomando o caminho dos mapas, além de observar as mudanças de configuração de territórios, gosto muito de aprender sobre os nomes que aqueles territórios tiveram ao longo do tempo e, quem sabe, retomá-los por homenagem à tradição, como na nossa campanha permanente pelo resgate e manutenção de nomes tradicionais: http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2011/06/campanha-pelo-resgate-e-manutencao-de.html.
O Brasil, por exemplo, é um Estado jovem e o seu território tem se mantido estável no último século. Parte do nosso território já foi chamada de Pindorama antes do marco oficial do contato (no ano de 1500), depois foi chamada de Ilha ou Terra de Vera Cruz pelos ocupantes portugueses, e posteriormente Brasil.
O nome Brasil tem duas explicações: a primeira, mais difundida, diz que se refere à árvore do Pau-Brasil e que por isso nós seríamos o único país do mundo que possui nome de árvore. Se houvesse uma competição de países que possuem nome de árvore, nós seríamos campeões.
A outra explicação, mais misteriosa e instigante, afirma que havia nos planisférios medievais a referência a uma Ilha Brasil, Berzil ou Bracia, situada a oeste do Arquipélago de Açores. Alguns a localizam no fim da Inglaterra ou Irlanda, onde existe uma Brazil-Rock e a lenda de Hy Brazil ou Ilha de São Brandão.
O interessante é que em uma ou outra versões a referência à cor vermelha é constante seja em relação ao pau-brasil ou em relação ao sulfureto de mercúrio (cinábrio) que parece ter originado o nome irlandês Brazil.
Enfim, é uma diversão para mim apontar o dedo no mapa e tentar descobrir como aqueles lugares se formaram e se chamavam antigamente.
Referência
Otero, Edgardo. A origem dos nomes dos países. São Paulo: Panda Books, 2006.
Eu tinha essa falsa idéia de que mapas (e consequentemente territórios) eram estáveis, mas quando comecei a lembrar do início dos meus estudos de Geografia, na agora longínqua quinta série ginasial, percebo que o mundo que eu estudei nos mapas mudou muito. Antes da quinta série a gente via um pouco de Geografia misturada com História, e temperada um pouco de Sociologia e doutrinação estatal em uma matéria chamada "Estudos Sociais", que aparentemente nem existe mais.
Foi nessa época que eu aprendi que o Brasil é um país abençoado, e aqui em se plantando tudo dá. Que somos os maiorais em rios, recursos naturais, seríamos no futuro uma espécie de celeiro mundial e isso parece que se confirmou parcialmente, especialmente em produtos oriundos de monocultivo. E também aprendi que a nossa população foi formada pela miscigenação harmônica de três matrizes raciais (?), os brancos portugueses, os negros e os indígenas, mas isso é tema para outra discussão.
Retomando o caminho dos mapas, além de observar as mudanças de configuração de territórios, gosto muito de aprender sobre os nomes que aqueles territórios tiveram ao longo do tempo e, quem sabe, retomá-los por homenagem à tradição, como na nossa campanha permanente pelo resgate e manutenção de nomes tradicionais: http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2011/06/campanha-pelo-resgate-e-manutencao-de.html.
O Brasil, por exemplo, é um Estado jovem e o seu território tem se mantido estável no último século. Parte do nosso território já foi chamada de Pindorama antes do marco oficial do contato (no ano de 1500), depois foi chamada de Ilha ou Terra de Vera Cruz pelos ocupantes portugueses, e posteriormente Brasil.
O nome Brasil tem duas explicações: a primeira, mais difundida, diz que se refere à árvore do Pau-Brasil e que por isso nós seríamos o único país do mundo que possui nome de árvore. Se houvesse uma competição de países que possuem nome de árvore, nós seríamos campeões.
A outra explicação, mais misteriosa e instigante, afirma que havia nos planisférios medievais a referência a uma Ilha Brasil, Berzil ou Bracia, situada a oeste do Arquipélago de Açores. Alguns a localizam no fim da Inglaterra ou Irlanda, onde existe uma Brazil-Rock e a lenda de Hy Brazil ou Ilha de São Brandão.
O interessante é que em uma ou outra versões a referência à cor vermelha é constante seja em relação ao pau-brasil ou em relação ao sulfureto de mercúrio (cinábrio) que parece ter originado o nome irlandês Brazil.
Enfim, é uma diversão para mim apontar o dedo no mapa e tentar descobrir como aqueles lugares se formaram e se chamavam antigamente.
Referência
Otero, Edgardo. A origem dos nomes dos países. São Paulo: Panda Books, 2006.
quarta-feira, 12 de março de 2014
Flamenco triste
O flamenco é patrimônio imaterial da Humanidade: http://www.juntadeandalucia.es/cultura/iaf/opencms/portal/FlamencoPatrimonio/
E nessa semana além de belo, ficou triste com o falecimento do grande guitarrista Paco de Lucía. O funeral em Algeciras demonstrou a sua importância social e cultural: http://www.youtube.com/watch?v=kEiXAd_S4RA.
Para lembrar, Paco de Lucía e a voz do violão dele, Camarón de la Isla:
http://www.youtube.com/watch?v=MmYWOUg9hgA.
E nessa semana além de belo, ficou triste com o falecimento do grande guitarrista Paco de Lucía. O funeral em Algeciras demonstrou a sua importância social e cultural: http://www.youtube.com/watch?v=kEiXAd_S4RA.
Para lembrar, Paco de Lucía e a voz do violão dele, Camarón de la Isla:
http://www.youtube.com/watch?v=MmYWOUg9hgA.
terça-feira, 11 de março de 2014
Imagens dos Kremlins russos
Ainda pensando na Rússia, olha que interessante o passeio virtual pelos Kremlins: http://portuguese.ruvr.ru/news/2014_02_20/exposicao-virtual-permite-passear-pelos-kremlins-da-russia-6681/.
segunda-feira, 10 de março de 2014
Lembrar Anastasia
Anastasia Nikolaevna Romanov nasceu em 18 de junho de 1901 e faleceu em 17/07/1918, e era a quarta filha do Tsar Nikolai II. Toda a família real russa foi assassinada, mas durante muitas décadas o destino de Anastasia e do irmão Alexei permaneceu um mistério.
De fato, há uma dúvida se os restos mortais de Anastasia estavam realmente desaparecidos, ou se seriam de sua irmã Maria.
A linda princesa tornou-se um personagem muito misterioso e motivou muitas especulações. Havia a sincera esperança de sua sobrevivência, especialmente porque eventualmente apareciam mulheres reclamando a sua identidade. A mais conhecida "Anastasia" foi Anna Anderson, papel que desempenhou durante toda a sua vida.
Mas a questão da sobrevivência de Anastasia também possuía um forte significado político, pela possibilidade de restabelecimento da monarquia, nos moldes anteriores à Revolução Russa o que, evidentemente, não se concretizou.
Muitos filmes e livros sobre a Grã-Duquesa foram produzidos, e a sua memória manteve-se viva durante todos esses anos.
Em 2007, a Arqueologia finalmente desvendou o mistério. Foram encontrados os corpos de Anastasia (ou Maria) e de Alexei, devidamente identificados. Para ler o artigo sobre a identificação por DNA: http://www.plosone.org/article/info%3Adoi%2F10.1371%2Fjournal.pone.0004838.
Apesar da ciência provar o contrário, Anastasia será lembrada como a intrépida e aventureira princesa que conseguiu fugir do trágico destino da sua família, talvez porque as balas ricochetearam nas jóias costuradas em suas roupas...
domingo, 9 de março de 2014
sábado, 8 de março de 2014
Lembrar para que? (2)
Na série "lembrar para que" refletimos sobre situações que deveriam cair no esquecimento redentor. Começamos analisando o caso do suposto affair entre Megan Fox e Shia Le Bouf, trazido ao conhecimento público por ele.
Lembrar para que?
Um vídeo na internet mostrou outra situação que deveria ser esquecida, não tivesse sido filmada: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2014/03/video-mostra-prefeito-do-rio-atirando-lixo-durante-entrevista-na-rua.html
Nesse vídeo, o Prefeito do Rio de Janeiro, o mesmo que instituiu a política do Lixo Zero, joga um pedaço de fruta carcomida em algum lugar. Segundo a assessoria, ele tentou lançar o pedaço de fruta em uma distante lixeira, ou para um assessor, para que ele jogasse no lixo, o que vier primeiro.
Indagado sobre o fato, o prefeito disse que não lembrava, mas que não joga lixo no chão. Na dúvida, vai multar-se a si mesmo (http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/03/1421769-paes-se-automulta-apos-ser-flagrado-jogando-lixo-no-chao.shtml), como medida educativa pelo que não fez, ou não lembra ter feito. Mas lembra ter tentado acertar uma lixeira distante ou ter entregue o objeto ao assessor.
A primeira possibilidade parece remota, pois a reação natural de quem encesta qualquer coisa em uma lixeira distante é comemorar. No vídeo, não há qualquer comemoração. Se jogou, provavelmente o pedaço carcomido caiu no chão. Ou bateu em alguém (talvez no assessor), dada a expressão de susto do prefeito.
A outra possibilidade é ter lançado para um assessor jogar no lixo. Esse assessor ainda não confirmou a estória, mas deveria, porque seria realmente uma façanha segurar a referida fruta.
Ou talvez ambas as versões sejam possíveis, já que ele lançou duas vezes. Não seria o caso de aplicar a si mesmo duas multas?
Lembrar para que?
Um vídeo na internet mostrou outra situação que deveria ser esquecida, não tivesse sido filmada: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2014/03/video-mostra-prefeito-do-rio-atirando-lixo-durante-entrevista-na-rua.html
Nesse vídeo, o Prefeito do Rio de Janeiro, o mesmo que instituiu a política do Lixo Zero, joga um pedaço de fruta carcomida em algum lugar. Segundo a assessoria, ele tentou lançar o pedaço de fruta em uma distante lixeira, ou para um assessor, para que ele jogasse no lixo, o que vier primeiro.
Indagado sobre o fato, o prefeito disse que não lembrava, mas que não joga lixo no chão. Na dúvida, vai multar-se a si mesmo (http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/03/1421769-paes-se-automulta-apos-ser-flagrado-jogando-lixo-no-chao.shtml), como medida educativa pelo que não fez, ou não lembra ter feito. Mas lembra ter tentado acertar uma lixeira distante ou ter entregue o objeto ao assessor.
A primeira possibilidade parece remota, pois a reação natural de quem encesta qualquer coisa em uma lixeira distante é comemorar. No vídeo, não há qualquer comemoração. Se jogou, provavelmente o pedaço carcomido caiu no chão. Ou bateu em alguém (talvez no assessor), dada a expressão de susto do prefeito.
A outra possibilidade é ter lançado para um assessor jogar no lixo. Esse assessor ainda não confirmou a estória, mas deveria, porque seria realmente uma façanha segurar a referida fruta.
Ou talvez ambas as versões sejam possíveis, já que ele lançou duas vezes. Não seria o caso de aplicar a si mesmo duas multas?
sexta-feira, 7 de março de 2014
Manuscritos do Mali
No post http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2012/07/jus-sepulchri-direito-de-sepultar-ser.html, e trilhando por caminhos insondáveis já que o assunto era outro, começamos a discutir sobre o precioso acervo de manuscritos de Timbuktu (ou Tombuctu).
Desde lá tenho acompanhado as notícias sobre os livros, e lembrei que agora no mês de março comemoramos os dramático e silencioso resgate das bibliotecas, uma verdadeira operação de salvamento que conseguiu protegê-los de mais uma grande queima. Confira: http://www.istoe.com.br/reportagens/281513_O+INCRIVEL+RESGATE+DAS+BIBLIOTECAS+DO+MALI
Adoramos livros e bibliotecas, e adoramos as pessoas que cuidam deles.
O resgate foi bem sucedido, muitos manuscritos foram salvos, mas infelizmente não foi realizado nas condições ideais em razão das circunstâncias. Agora estão sendo analisados, novamente catalogados para serem restituídos, contando com a preciosa ajuda do governo alemão (http://www.cartacapital.com.br/internacional/alemanha-ajuda-a-recuperar-manuscritos-historicos-no-mali).
Infelizmente também estima-se que o número de perdas chegaria a metade do acervo.
Sobre o assunto, há dois vídeos interessantes:
http://www.youtube.com/watch?v=cZyBHJedPpY. Esse é um programa de Josh Bernstein que mostra a cidade e como enterram os livros no deserto.
http://www.youtube.com/watch?v=_cjVunjRFEU#aid=P-OHGAjSibE. Esse é uma reportagem logo após a saída dos responsáveis pela destruição dos prédios das bibliotecas.
Desde lá tenho acompanhado as notícias sobre os livros, e lembrei que agora no mês de março comemoramos os dramático e silencioso resgate das bibliotecas, uma verdadeira operação de salvamento que conseguiu protegê-los de mais uma grande queima. Confira: http://www.istoe.com.br/reportagens/281513_O+INCRIVEL+RESGATE+DAS+BIBLIOTECAS+DO+MALI
Adoramos livros e bibliotecas, e adoramos as pessoas que cuidam deles.
O resgate foi bem sucedido, muitos manuscritos foram salvos, mas infelizmente não foi realizado nas condições ideais em razão das circunstâncias. Agora estão sendo analisados, novamente catalogados para serem restituídos, contando com a preciosa ajuda do governo alemão (http://www.cartacapital.com.br/internacional/alemanha-ajuda-a-recuperar-manuscritos-historicos-no-mali).
Infelizmente também estima-se que o número de perdas chegaria a metade do acervo.
Sobre o assunto, há dois vídeos interessantes:
http://www.youtube.com/watch?v=cZyBHJedPpY. Esse é um programa de Josh Bernstein que mostra a cidade e como enterram os livros no deserto.
http://www.youtube.com/watch?v=_cjVunjRFEU#aid=P-OHGAjSibE. Esse é uma reportagem logo após a saída dos responsáveis pela destruição dos prédios das bibliotecas.
sábado, 1 de março de 2014
O significado do carnaval
Quem desconhece a festa pode até pensar que se trata beber e brincar para esquecer as amarras e amarguras da vida. E muita gente certamente acredita poder suspender o cotidiano, a rotina e a normalidade por alguns dias, enquanto a folia acontece.
Mas, pensando melhor e claramente depois que me aposentei da festa, acho que na verdade o carnaval é um momento de lembrar. É uma verdadeira co-memoração que serve para reforçar laços sociais, compõe a identidade cultural, e nos permite voltar aos espaços públicos - ruas e praças - para nos relacionarmos com outros habitantes do ecossistema, o que cada dia é mais raro no nosso mundo encastelado (http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2012/02/resgatando-instituicoes-antigas-fosso.html).
Existem vários indícios de que o carnaval é um exercício de lembrança, por exemplo:
- No post http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2013/02/fantasias-de-carnaval-reflexao-e.html, refletimos que existem fantasias e personagens atemporais. Pierrôs, Arlequins, piratas, odaliscas, marinheiros antigos frequentam o nosso carnaval há tanto tempo que já são tradição.
- Todos os anos cantamos e dançamos as mesmas músicas, algumas quase centenárias (http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2013/02/marchas-de-carnaval.html). É claro que já esquecemos muitas também, mas há aquelas que sempre nos acompanham na folia.
Todo mundo tem seus antigos carnavais, e os seus bons e velhos tempos. A minha lembrança mais querida é a do Carnaval de 1989, ano de excelente safra. Como brinquei naquele carnaval, dançando essa música: http://www.youtube.com/watch?v=OoPve-5cWY4...
Já cumpri o meu dever cívico, e já dei a minha cota de esforço pela festa. Agora, para mim o carnaval é época de lembrar os velhos tempos, sentadinha no recesso do meu lar.
Não pensem que é fácil renunciar, pois fui adestrada a ser foliã. Eu ainda sinto aquela vontade de pular, mas não é tão intensa ao ponto de me fazer sair de casa. Para os que ainda estão na ativa, desejo um ótimo carnaval!
Mas, pensando melhor e claramente depois que me aposentei da festa, acho que na verdade o carnaval é um momento de lembrar. É uma verdadeira co-memoração que serve para reforçar laços sociais, compõe a identidade cultural, e nos permite voltar aos espaços públicos - ruas e praças - para nos relacionarmos com outros habitantes do ecossistema, o que cada dia é mais raro no nosso mundo encastelado (http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2012/02/resgatando-instituicoes-antigas-fosso.html).
Existem vários indícios de que o carnaval é um exercício de lembrança, por exemplo:
- No post http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2013/02/fantasias-de-carnaval-reflexao-e.html, refletimos que existem fantasias e personagens atemporais. Pierrôs, Arlequins, piratas, odaliscas, marinheiros antigos frequentam o nosso carnaval há tanto tempo que já são tradição.
- Todos os anos cantamos e dançamos as mesmas músicas, algumas quase centenárias (http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2013/02/marchas-de-carnaval.html). É claro que já esquecemos muitas também, mas há aquelas que sempre nos acompanham na folia.
Todo mundo tem seus antigos carnavais, e os seus bons e velhos tempos. A minha lembrança mais querida é a do Carnaval de 1989, ano de excelente safra. Como brinquei naquele carnaval, dançando essa música: http://www.youtube.com/watch?v=OoPve-5cWY4...
Já cumpri o meu dever cívico, e já dei a minha cota de esforço pela festa. Agora, para mim o carnaval é época de lembrar os velhos tempos, sentadinha no recesso do meu lar.
Não pensem que é fácil renunciar, pois fui adestrada a ser foliã. Eu ainda sinto aquela vontade de pular, mas não é tão intensa ao ponto de me fazer sair de casa. Para os que ainda estão na ativa, desejo um ótimo carnaval!