Tapioca, patrimônio imaterial do Brasil. É mesmo! Uma comida simples, feita com massa de mandioca, goma, coco e só.
Ganhei esse souvenir dos meus alunos da pós-graduação, quando visitei a cidade para dar-lhes aula. Esse souvenir é muito interessante pois mostra um ofício tradicional (de tapioqueira) e o seu modo de trabalho artesanal:
Tudo que nós (eles que sabem cozinhar) precisamos para fazer a tapioca está ilustrado acima. Um fogareiro, massa, goma, coco e, evidentemente, um elemento humano que saiba cozinhar. A bonequinha de pano ali só consegue fazer tapioca de mentirinha, mas ainda assim é melhor do que eu.
A Tapioca é uma comida tradicional (quitute, acepipe) que está sofrendo mudanças drásticas em função da globalização. Quando eu era criança, tapioca era feita de massa de mandioca, goma e coco. E só.
Depois, introduziram o queijo mussarela e criaram a Cheese tapioca, ou X-tapioca, como falam agora.
Mas, definitivamente estamos passando por crise no mundo das tapiocas. Não bastasse a X-tapioca, agora há a tapi-calabresa, tapioca com charque, com doce de leite, goiabada, com presunto e queijo (?! tapioca virou sanduíche?). É preciso acabar com esse absurdo!
Há uma tapioca descaracterizada que eu tolero, que é a com recheio de coco, queijo e leite condensado, porque eu tenho que reconhecer que é muito boa. Eu até como, mas reclamando.
Ah, então era isso que vc queria dizer com "descaracterização da culinària brasileira da qual você não é culpada"?!?
ResponderExcluirPoupe-me, essa menina!!!
Ei, não bote na minha conta! Eu nunca nem tentei fazer tapioca.
ResponderExcluirVou pegar uma receita tradicional com a minha vovó para colocar aqui no blog.
Alto là! Isso é purismo besta!
ResponderExcluirAcuso-te de presentismo! (apud Bino).
Se quiser preservar a verdadeira tapioca, deveria então impedir que ela existisse em Olinda, afinal a mandioca não é originària do Brasil.
Os espanhois, a partir de ingredientes não seus (originariamente) criaram essa belezura que é a paella (apos a introdução, na Europa, do tomate vindo da América Central e do açafrão vindo das Ilhas Màlaca).
Vamos botar fogo no chocolate ao leite porque o original é preto e pertence somente aos Maias e Astecas??
Ora, francamente...
Sua teoria de preservação do patromônio cultural gastronômico não pode impedir a marcha de cada povo de fazer a sua propria versão da receita e acrescentar nela seus proprios ingredientes. Ainda mais sabendo que dessa mistura, novas receitas podem surgir.
A cultura gastronômica é, na essência, uma dinâmica. E não é pq as pessoas pedem outros tipos de tapioca que a original sera necessariamente esquecida.
Além do mais, a força do tempo e do espaço não são variaveis controlàveis; não serà diferente em nome de uma suposta necessidade de purismo gastronômico.
Então, pare imediatamente com essa besteira!
Até porque eu sei que você não fala isso de coração...
SE VOCE INSISTIR, VOU TE DAR UM GOLPE FATAL:
Devolva-nos todos os sonhos com goiabada e polenguinho da padaria Santa Cruz.
Sonho verdadeiro é com recheio de creme!!!!
---------------------
P.S. Cadê meu tear azteca, por falar nisso?
Purismo besta coisa nenhuma!
ResponderExcluirNão sou contra adicionar ingredientes nem contra a dinâmica gastronômica, mas vai haver um limite em que, por exemplo, picanha não é feijão.
Até eu sei a diferença.
Depois que você acrescentar todos os ingredientes que quiser, você tira aquela incomoda parte de farinha de mandioca assada e , pronto, taí a sua tapioca sem tapioca.
E mandioca é originário da América do Sul, sim , senhora. Tapioca é comida indígena.
Falar em sonho de creme é muita covardia. Você sabe muito bem que eu só tolero a existência de sonho de goiabada porque podemos colocar um polenguinho dentro.
Será que nenhum padeiro nunca notou que os sonhos de goiabada sobram? Que a gente só leva os de goiabada porque os de creme acabaram?