Feliz Natal!
Tempo de compatilhar, perdoar (não esquecer), e preparar os espíritos para passar a régua no passado ruim, a partir do ano novo.
Celebração tradicional do nosso comemograma cristão, o Natal sempre me deixou mais questionamentos que certezas:
1) O que exatamente nós celebramos? O nascimento de Cristo.
2) É por isso que minha mãe concebe o Natal como uma festa de aniversário. Sim, nos cantamos parabéns para Jesus Cristo, com direito a bolo e UMA vela de aniversário simbólica (já pensou colocar aproximadamente 2015 velas?!).
3) Se é uma festa de aniversário, por que nós comemoramos na véspera? Se o suposto dia de aniversário é 25 de dezembro, por que todo mundo comemora no dia 24?
4) Sabe-se que Jesus não nasceu em dezembro, e que essa data foi sobreposta à data tradicional pagã em comemoração ao Sol (se não me falha a memória). E a despeito disso, continuamos celebrando como se fosse o aniversário de Jesus.
5) Por que trocamos presentes? É uma questão de dádiva, como concebe Marcel Mauss? Os presentes são dádivas, no sentido de compartilhamento de riquezas e promessas de boa vontade? Por que não se faz uma oferenda ao aniversariante, que rigorosamente era quem merecia ganhar presentes?
6) Quanto à gastronomia, sempre fiquei intrigada com a Ceia de Natal. Tenho a sorte de que meus pais são tradicionalistas (lá do jeito deles...), então sempre houve um cuidado em manter as coisas como os pais deles faziam. Resultado: a ceia de natal que eu conheço (repetida através das gerações) incorpora elementos muito exóticos, e nada compatíveis com a minha região.
Por exemplo: nozes, amêndoas, frutas secas de outros lugares (damasco, ameixa, figo). Por que seriam incorporados elementos tão singulares? Acredito que era uma questão de status. Devia ser muito difícil e caro conseguir esses alimentos, e eles eram colocados na ceia para simbolizar a fartura.
Pensando bem, até hoje são caros por aqui. As nozes, por exemplo, custam em média R$ 20,00 (vinte reais, meio quilo), ou seja, aproximadamente 11 dólares americanos.
Não existe um procedimento específico, nem ritual estabelecido. Há a celebração de sentimentos de compartilhamento, boa vontade, e o desejo de confraternizar com os amigos, familiares, colegas de trabalho.
Por sinal, essa parece ser uma particularidade dos brasileiros: desde o início de dezembro eu estou confraternizando. Praticamente duas vezes por semana, o que nas minhas contas já deu umas oito confraternizações, uns cinco amigos-secretos (troca de dádivas surpresa), uns dois inimigos-secretos (trocas de dádivas ruins supresa).
Enfim, o mês de dezembro de cada ano é ótimo, porque consigo rever pessoas queridas, presentear algumas, abraçar todas e comemorar, lembrar junto com elas.
Feliz Natal para você também, e se tiver a resposta para alguns dos questionamentos acima, por favor, me diga. Vou considerar como um verdadeiro presente de Natal!
Resposta para a questão 1:
ResponderExcluirO que comemoramos realmente é o nascimento de Thomas Edson, dai tanta lâmpada acesa.
Resposta para a questão 4:
Jesus não nasceu em dezembro, porque se fosse assim ele seria do mesmo signo do meu irmão, o que é impossivel, por razões q a sra. conhece e que não merecem serem escritas aqui.
Tentativa de resposta para a questão 6:
Na verdade todo povo que comemora o natal cristão, reivindica um coletivo de comidas tipicas. Coisa para estudar com mais profundidade.
E qualquer que seja o resultado da pesquisa, comer peru no natal é uma das coisas mais ridiculas da culinaria atual.
Peru se come no ano novo, rapaz.
ResponderExcluirQuais eram as comidas típicas das ceias de sua infância?
Lá na casa da minha vovó Aline sempre tinha alguma coisa com frutas cristalizadas (eca!), muitas amêndoas, nozes e frutas secas.
Essas frutas formaram a tradição das 13 sobremesas. Oferece-se treze sobremesas às pessoas que voltam da missa de Natal, no 25 de dezembro, representado Jesus e os 12 apostulos.
ResponderExcluirNão estou sabendo dessas treze sobremesas. Quais são?
ResponderExcluirComer frutas secas tem uma relação com varias religiões praticadas no entorno do Mediterrâneo :p
ResponderExcluirVai ver no pai-dos-burro do século XXI, rapai:
http://fr.wikipedia.org/wiki/Treize_desserts
Mais um Natal, e tive o prazer de reviver o encontro com os familiares e amigos. Ocasião perfeita para dizer que amo a todos através da presença.
ResponderExcluirA beleza da constância das comemorações e a renovação dos sentimentos e das mensagens. O Natal é realmente especial.
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