Um dia você vai ver, Fabiana. Chega um tempo na vida da pessoa que ela começa a ser o que ela contestava.
Eu já fui como você. Adorava músicas estrangeiras, estava sempre ligado nas tendências, mas aos poucos fui descobrindo que a música e as artes do meu povo (peruano) são o que fazem sentido para mim.
Eu já fui como você. Achava que podia conquistar o mundo todo, ver tudo, aprender tudo. Consumir as informações, deglutir e incorporá-las. E até tenho disposição para fazer isso, só não tenho mais tempo.
O tempo limita e muda a gente. Com o tempo fiquei sensível, fiquei romântico, apegado às minhas "raízes". Agora, já penso que quero ser enterrado junto aos meus familiares, agora eu só penso em voltar para "casa", que não é um mero local, mas o lugar onde eu faço sentido, ao qual eu pertenço.
E não adianta tentar entender ou estudar isso, é um sentimento que toma conta. Aconteceu comigo e também vai acontecer com você.
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Eu tinha treze anos quando essa conversa aconteceu, pensei e disse: Vixe, sai pra lá. Pé de pato, mangalô três vezes! (para saber o que isso significa: http://matracacultural.com.br/pe-de-pato-mangalo-treis-veis/).
Anos depois, acho que estou irremediavelmente sentindo esses sintomas.
E só piora.
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