Quando vemos imagens traumáticas, a tentação é tentar entender o que está acontecendo pela associação com experiências anteriores. A memória funciona assim, mas os abusos da memória também.
A imagem dos índios yanomami famintos, doentes, abandonados e perseguidos, fala alto. Fala sobre direitos fundamentais e o que a sua ausência provoca.
Fala sobre modos de vida tradicionais que precisam de proteção para continuar existindo.
Fala sobre cidadãos que precisam de proteção para continuar existindo.
A imagem desses cidadãos não pode ser associada a outras tragédias humanas, porque elas são únicas e incomparáveis.
Não se explica a situação dos yanomami pelo Holocausto. Explica-se por ações e omissões, e mentalidades que, em diferentes épocas e diferentes motivos, negam às pessoas o direito de ter direitos.
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