Em razão das enchentes que assolam a região, foram descobertas covas coletivas da época da Guerra da Bósnia: http://noticias.terra.com.br/mundo/europa/enchentes-revelam-sepulturas-de-vitimas-da-guerra-da-bosnia,ca82519629107410VgnCLD200000b2bf46d0RCRD.html.
Pela notícia, os corpos apresentavam marcas de execução. Ainda há milhares de desaparecidos em razão desse conflito, e a obrigação dos bósnios é continuar procurando. É um dever de memória garantir que esses fatos sejam explicados, lembrados e, se possível nunca repetidos, e às pessoas assassinadas deve ser garantido o jus sepulchri.
Para quem me pergunta "de que adianta" garantir a memória dos mortos, lembro da importância também para os vivos e para o Estado. Para o falecido, é uma maneira de concluir a sua biografia de forma digna; para a família, é o cumprimento de um dever moral e jurídico imemoriais, além de possibilitar o fechamento do ciclo de luto, importante do ponto de vista psicológico.
Mas para o Estado, especialmente um Estado nascente e recente como a Bósnia e Herzegovina, a guerra e o destino dos seus cidadãos vincula-se a questões de identidade e ao modo de fundação da nação. As memórias coletivas dos bósnios certamente foram impactadas profundamente pela recente guerra, e a existência de desaparecidos, covas coletivas, genocídio e limpeza étnica aprofundam esse trauma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário