O brasileiro não tem memória.

Neste blog desmascaramos esta mentira.









quinta-feira, 24 de julho de 2014

Luto na Literatura Brasileira (julho de 2014)

Esse mês foi trágico para a Literatura e o Teatro Brasileiros.  Três imortais se tornaram lembranças:  Ivan Junqueira, João Ubaldo Ribeiro e Ariano Suassuna.

Três grandes autores, cada um no seu estilo.

Ariano Suassuna é um dos meus autores favoritos, e eu adoro as suas peças. Mas gostava mais ainda das suas opiniões contundentes e do seu profundo amor por uma versão singular do Brasil.

Com ele aprendi uma importante lição:  a gente tem que ter coragem para assumir os nossos gostos e desgostos.  Uma vez o ouvi dando uma entrevista, em que ele disse que passou 57 anos tomando café sem gostar, só porque dizem que o brasileiro adora um cafezinho.

Certo dia ele fez uma reflexão, percebeu que não gostava de café, e parou de tomar.  Nessa entrevista (https://www.youtube.com/watch?v=HVl-9lJ9KjQ aos 7:44), ele explica essa história, além de falar um pouco sobre vida, morte e sobre as comemorações dos seus oitenta anos.

Por causa disso, parei para pensar naquilo que eu realmente apreciava, e nos gostos herdados pela tradição.  Com muita surpresa, neste momento, percebi que não gostava de sorvete e também parei de tomar.  Desde então pratico o saudável esporte de parar, pensar, e só depois decidir se gosto ou não, e se quero fazer, deixar de fazer ou continuar fazendo algo.

Um comentário:

  1. Ariano Suassuna também disse, de forma mais elegante, é claro, que quem não sabe o que fazer da vida, cursa Direito. Na época em que ele ia entrar na faculdade, só existiam três cursos: quem sabia fazer conta de somar entrava em Engenharia; quem gostava de dissecar bichos cursava Medicina. E o resto, cursava Direito. Cf. https://www.youtube.com/watch?v=yR-aNEQduZw
    Sempre achei essa teoria muito engraçada - sobre por que fazer Direito - porque Ariano Suassuna era formado em Direito, estudou na mesma Facvldade que eu, e confirmou uma curiosa particularidade de gente que descobriu o seu talento e renunciou a formação jurídica: Castro Alves, Capiba, Alceu Valença, Hermilo Borba, só para citar os que saíram da mesma Escola.
    Isso que ele falava me levou a refletir por que eu escolhi o curso de Direito. No começo os motivos não foram muito sensatos, dada a pouca idade em que nós somos obrigados a escolher a profissão, mas também descobri que o curso é fascinante e aqueles que não renunciam acabam por se apaixonar.

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