Meus Deus, onde é que eu me meti agora? Não consigo lembrar o título nem o autor, mas a capa de um livrinho parece gravada a fogo em minha memória. Fecho os olhos e vejo: um bando de sapinhos brincando em uma lagoa, alguns sentados em folhas de vitória régia.
Não foi o meu primeiro livrinho. Na verdade, lá em casa havia uma boa biblioteca, muitos livros mesmo, pois meus pais achavam importante deixá-los à nossa disposição para que a curiosidade orientasse na nossa leitura e nosso gosto. Não lembro de jamais a minha mãe ou meu pai dizerem "leia isso" ou "não leia aquilo", e agradeço por isso, pois essa liberdade me permitiu explorar muitos assuntos diferentes (o que faço até hoje), embora tenha me deparado com muitas pedras ruins no caminho.
Mas os livros ruins também nos ensinam muito. Ensinam a não fazer e o que evitar, e já não é pouca coisa. Raras vezes não terminei um livro, por pior que ele fosse. Para mim, saber a hora de abandonar um livro foi uma conquista da maturidade, pois quando era mais jovem achava que tinha o dever moral de concluir qualquer leitura, a despeito do tédio, do nojo, ou do descontentamento.
Hoje não. Quando tomo a decisão de largar um livro, ou outra coisa, é definitivo e não olho para trás. Sem arrependimentos. E tendo a evitar outras obras do mesmo autor.
Certo, e o meu primeiro livro?
Lembro de um livro verde de História, que eu usava antes de saber ler para colorir os deuses do Olimpo e as figuras de Alexandre e Hípias (http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2013/07/lembrar-hipias-de-elis.html). Mas esse também não foi o primeiro livro.
Lembro do primeiro livro do meu irmão mais novo: "O menino do dedo verde", de Maurice Druon. Lembro que ele mal aprendera a ler, e nós demos o livro para que ele treinasse. Todo dia ele lia um pouquinho, e o dedo passava em cima das palavras, e soletrava com dificuldade. Ele era tão pequeninho...
Parece que não consigo lembrar do meu primeiro livro, mas não vou desistir. Vou continuar tentando lembrar e volto aqui para dizer qual foi.
O primeiro livro de Benjamin foi "Hug Dug e a noite misteriosa" de Rogério Borges.
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