O brasileiro não tem memória.

Neste blog desmascaramos esta mentira.









domingo, 17 de fevereiro de 2019

Boas lembranças... Rio do Sul

Lugar bonito.

Vendo Rio do Sul
E bem peculiar. Uma pequena cidade separada por um rio, que se torna  Itajaí-Açu, tendo imigrantes italianos em uma margem, e alemães na outra.  Do lado de lá, agricultura familiar, fabricação caseira de queijos e vinhos. Do lado de cá, industrialização e transformação de matéria-prima, desde os primórdios da ocupação urbana.

Mais do que duas formas de produzir, são duas mentalidades que geram dois modos de viver distintos, em uma paisagem que se (e me) confunde. "Rurbana", ou quase isso, cercada de montes.

Paisagem de um dos bairros

O passado indígena foi borrado, e sua memória está restrita aos topônimos e a uma escassa população, cada vez mais rara.

As identidades "italiana" e "germânica" lá não viraram política pública e nem atrativo turístico. Essas origens são predominantemente cultivadas na vida privada das famílias, e repassadas através das gerações, mas existem comemorações coletivas como a Kegelfest e a Anima Italiana.

Lá, o frio é o personagem mais falado.  É um habitante querido/temido da cidade, e frequenta a maioria das conversas rápidas entre os conhecidos que se encontram. "E esse frio?", é a senha para começar a conversa.  Se a conversa for com alguém de fora, que vem de uma ensolarada região do Brasil, é um pouco diferente: "E esse frio? Você ainda não viu nada.  O frio grande vem amanhã."

Infelizmente, a cidade é abalada por uma enchente quase anual, que afeta toda a região (http://direitoamemoria.blogspot.com/2015/03/trauma-e-memoria-coletiva-2-marcos.html).  Os moradores orgulham-se do serviço prestado pela Defesa Civil do município, e da forma como conseguem se organizar para conviver com essa questão.  Quando a enchente passa, a cidade recupera-se rapidamente, em horas, com a preservação da vida das pessoas e dos seus bens.


Caminhando entre o rural e o urbano

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