E a epidemia de mutilar e retirar estátuas continua: https://oglobo.globo.com/mundo/manifestantes-nos-eua-destroem-estatuas-de-cristovao-colombo-1-24473057
Cristóvão Colombo é o ícone da vez.
Como já começamos a discutir nos posts http://direitoamemoria.blogspot.com/2019/11/chilenos-retiram-estatua-de-pedro.html, http://direitoamemoria.blogspot.com/2020/06/estatua-derrubada-em-londres.html e http://direitoamemoria.blogspot.com/2020/06/ainda-sobre-estatuas-derrubadas.html, mais do que celebrar um monumento é importante entender quem era o representado, por que mereceu a homenagem, quem fez a homenagem ( e por que), quem tirou? Por que tirou? Qual será destino da estátua? A estátua, o objeto em si, tem valor artístico ou histórico?
Acrescentamos um tijolo nessa parede de problemas: o monumento ressignificado pode permitir a discussão e a reflexão sobre temas como genocídio, escravidão, regimes totalitários, ditaduras. Discutir personagens e contextos históricos pode ser muito elucidativo sobre alguns temas. Será que retirar e mutilar estátuas não dificulta também essa reflexão e contextualização?
Não seria mais útil agregar mais uma camada de discussão ao monumento?
Esquecer um genocida pode dificultar o reconhecimento de personagens análogos. Evidentemente, não se está defendendo a construção de monumentos a genocidas ou ditadores porém, se existirem, é mais útil entender porque e por quem essa memória mereceu celebração do que simplesmente negá-la.
Quando se trata de sentimentos e afetividade (amor, revolta, ódio) frequentemente os impulsos prevalecem. Aquele símbolo, aquela estátua, é tão revoltante e ofensivo? Vamos entender por que e dar o destino correto ao objeto, nem que seja trasladá-lo a um museu.
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