Comemorar significa lembrar juntos, e nem sempre possui um caráter festivo.
8 de janeiro foi o dia de lembrarmos juntos dos atos que arriscaram a institucionalidade do Estado Brasileiro, onde um ataque físico - e simbólico - aos edifícios que sediam os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário na Capital da República, pretendiam o colapso institucional, o caos e a subversão da ordem pública.
As principais autoridades da República uniram-se para declarar a importância da defesa do Estado de Direito e do regime democrático no dia 8 de Janeiro.
As ausências também foram observadas. Algumas autoridades ausentes ao ato forneceram justificações, e outras apenas o consideraram ridículo, ou porque acreditam que não houve tentativa de golpe (rotulando como fantasia), ou porque apoiaram a tentativa de golpe.
E assim vai sendo construída a trama do tecido da memória coletiva. Ponto por ponto, batalha por batalha, marcas e cicatrizes.
Bem, o 8 de janeiro e suas consequências não se encerram. Ainda há muito a investigar, definir, eventualmente punir, aprimorar as leis, evitar novos ataques para fortalecer a institucionalidade da República Federativa do Brasil.
O cupim que corrói as instituições assume formas diversas, em épocas diversas. No terceiro milênio fala-se sobre a desinformação propagada pelas redes sociais que deturpa a vontade do eleitor e escraviza corações e mentes.
Mas há outras formas de cupins que precisam ser igualmente combatidas. Tudo que rivalize com o poder do Estado deve ser observado com lupa nesses momentos de crise, especialmente ideologias extremistas que contaminam a estrutura administrativa do Estado, e grupos paramilitares.
Um novo levante, mais bem articulado, pode ser fatal para a República Federativa do Brasil e o 8 de janeiro é uma oportunidade de periodicamente trazermos essa reflexão ao público.
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