O brasileiro não tem memória.

Neste blog desmascaramos esta mentira.









quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Ceia de Natal

Nesse ano da graça de dois mil e treze, estamos realizando uma reflexão sobre símbolos e práticas natalinas.  Já discutimos sobre presépios, dádivas e músicas, mas ainda faltam dois pontos fundamentais nesse mosaico: a ceia de natal e a figura de Papai Noel.

A ceia natalina sempre me intrigou bastante por vários motivos.  O primeiro deles é que "cear" não é muito comum entre os brasileiros, nós jantamos.

A ceia seria uma espécie de refeição noturna diferente do jantar, porque é mais leve e porque ocorre mais tarde.  E também porque, não sendo comum, é utilizada para ocasiões especiais como o Natal.

Outro aspecto importante dessa refeição especial, aqui na minha região do Brasil, é a incorporação de elementos "exóticos" ao nosso clima, tais como  nozes, amêndoas, frutas secas de outros lugares (damasco, ameixa, figo).  Sempre acreditei que a inclusão desses alimentos preciosos e caros era uma  questão de status e que, por serem difíceis de obter,  eram colocados na ceia para simbolizar a fartura.

Uma explicação interessante foi fornecida por Dra. Denise, citando a tradição das "treze sobremesas" (treize desserts) natalinas, que incorporam muitos dos ingredientes citados acima, mas não conseguimos continuar esse discussão até as conclusões, o que fatalmente exigirá de nós degusta-las todas.  Em princípio, acho que não há uma relação direta pois na ceia de natal esses frutos e frutas exóticas não aparecem como ingredientes, e sim como decoração, mas isso não nos impedirá de comê-las.

Outra questão é sobre o peru de Natal.  Nunca entendi essa fascinação de comer peru nessa época do ano, visto que no resto dele ninguém jamais o vê sendo servido, e também não consigo entender porque há a repetição no peru de Ano Novo.

Ah... as rabanadas. Adoro.  Também conhecidas como fatias paridas, ou de paridas, as rabanadas tem todo o valor nutricional que alguém precisa para crescer forte e saudável.  É uma pena que o seu uso seja estrito à época do natal, mas eu costumo comê-las também em outras semanas do ano.

Uma das lembranças que guardo da casa da minha avó é a do ponche de vinho.  Minha avó gostava de pegar vinho tinto, misturar com água e açúcar (que ela chamava de sangria), e depois picava um número não determinado de maçãs que eram colocadas, e aí estava pronto o ponche.  Ceia de Natal sem ponche é inadmissível para os meus padrões memoriais.

Enfim, são tantas coisas a comer e comentar sobre a ceia de natal que o post ficaria muito longo.  Para finalizar, apenas explico que na minha família nós não fazemos ceia e sim almoço de natal, e faz muitos anos, desde que meus avós faleceram, que eu não participo de nenhuma.

Nenhum comentário:

Postar um comentário