Nesse ano da graça de dois mil e treze, estamos realizando uma reflexão sobre símbolos e práticas natalinas. Já discutimos sobre presépios, dádivas e músicas, mas ainda faltam dois pontos fundamentais nesse mosaico: a ceia de natal e a figura de Papai Noel.
A ceia natalina sempre me intrigou bastante por vários motivos. O primeiro deles é que "cear" não é muito comum entre os brasileiros, nós jantamos.
A ceia seria uma espécie de refeição noturna diferente do jantar, porque é mais leve e porque ocorre mais tarde. E também porque, não sendo comum, é utilizada para ocasiões especiais como o Natal.
Outro aspecto importante dessa refeição especial, aqui na minha região do Brasil, é a incorporação de elementos "exóticos" ao nosso clima, tais como nozes, amêndoas, frutas secas de outros lugares (damasco, ameixa, figo). Sempre acreditei que a inclusão desses alimentos preciosos e caros era uma questão de status e que, por serem difíceis de obter, eram colocados na ceia para simbolizar a fartura.
Uma explicação interessante foi fornecida por Dra. Denise, citando a tradição das "treze sobremesas" (treize desserts) natalinas, que incorporam muitos dos ingredientes citados acima, mas não conseguimos continuar esse discussão até as conclusões, o que fatalmente exigirá de nós degusta-las todas. Em princípio, acho que não há uma relação direta pois na ceia de natal esses frutos e frutas exóticas não aparecem como ingredientes, e sim como decoração, mas isso não nos impedirá de comê-las.
Outra questão é sobre o peru de Natal. Nunca entendi essa fascinação de comer peru nessa época do ano, visto que no resto dele ninguém jamais o vê sendo servido, e também não consigo entender porque há a repetição no peru de Ano Novo.
Ah... as rabanadas. Adoro. Também conhecidas como fatias paridas, ou de paridas, as rabanadas tem todo o valor nutricional que alguém precisa para crescer forte e saudável. É uma pena que o seu uso seja estrito à época do natal, mas eu costumo comê-las também em outras semanas do ano.
Uma das lembranças que guardo da casa da minha avó é a do ponche de vinho. Minha avó gostava de pegar vinho tinto, misturar com água e açúcar (que ela chamava de sangria), e depois picava um número não determinado de maçãs que eram colocadas, e aí estava pronto o ponche. Ceia de Natal sem ponche é inadmissível para os meus padrões memoriais.
Enfim, são tantas coisas a comer e comentar sobre a ceia de natal que o post ficaria muito longo. Para finalizar, apenas explico que na minha família nós não fazemos ceia e sim almoço de natal, e faz muitos anos, desde que meus avós faleceram, que eu não participo de nenhuma.
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