"Meia-sola" é uma expressão utilizada aqui para designar uma medida paliativa. Não dá para fazer tudo o quem tem que ser feito, então faz-se uma meia-sola para ir improvisando enquanto a solução definitiva não chega.
Mas, como já citei nos posts http://direitoamemoria.blogspot.com/2014/04/conhece-te-ti-mesmo-brasil-procrastinar.html e http://direitoamemoria.blogspot.com/2018/10/conhece-te-ti-mesmo-questao-do.html , a procrastinação inerente ao nosso modus vivendi transforma o provisório em definitivo e o imediatismo prefere a solução pontual à estrutural, transformando tudo em crônico problema a ser solucionado no futuro, que é quando a meia-sola transforma-se no sapato inteiro.
A origem da expressão é de uma época em que as pessoas consertavam sapatos (e eu ainda faço isso). A sola do sapato era parcialmente substituída, retirando-se apenas a parte que sofre mais desgaste. Ou seja, com a meia-sola garante-se a sobrevida útil do sapato inteiro.
Sou sempre favorável a consertar, manter e reutilizar porque isso economiza recursos (matéria-prima, trabalho e dinheiro), promovendo a idéia de sustentabilidade e redução do consumo. A meia-sola para mim não é mais uma expressão pejorativa, mas um exemplo de utilização racional.
Entretanto, algumas matérias e alguns problemas são avessos à meia-sola. Saber a diferença e adotar as medidas necessárias, no tempo, quantidade e qualidade adequadas é o que diferencia a boa gestão do desastre.
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