Sempre achei engraçado e interessante o fato de que a minha mãe e o meu pai fazem aniversário na mesma data, hoje, dia 16 de janeiro. Sem dúvida, muito fácil para lembrar, mas em compensação quando a gente esquece acaba ofendendo duas das pessoas mais importantes da nossa vida.
Meu pai (https://direitoamemoria.blogspot.com/2015/08/papai.html) nasceu em 16/01/1943, e é uma das pessoas mais interessantes que eu já conheci. Geólogo, profissão que exerceu por quase cinquenta anos, é aventureiro, gosta muito de comer coisas gostosas, e conseguiu fazer isso pelos quatro cantos do mundo.
Ele viajou o mundo inteiro e compartilhou suas experiências conosco. Meu pai nos ensinou que o mundo é um lugar para ser lido e interpretado: ele passou a vida toda olhando para as rochas e entendendo que elas são documentos que lhe trazem informação.
A minha mãe (http://direitoamemoria.blogspot.com/2015/05/mamae.html, https://direitoamemoria.blogspot.com/2020/05/mamaezinha.html) nasceu em 16/01/1947 e também é uma das pessoas mais interessantes que eu já conheci. É muito inteligente e artística, psicóloga, mas essa profissão só foi conquistada quando nós já éramos adultos e não conseguimos nos beneficiar desse conhecimento específico. Os netos tiveram a sorte de encontrar uma vovó mais reflexiva e compreensiva no quesito educação infantil.
Ela produz peças variadas - pintura, escultura - e cultiva muitas habilidades manuais. É fã de Chuck Norris, gosta de ler qualquer coisa que lhe caia nas mãos e de assistir filmes de porrada.
Minha mãe nos ensinou que a liberdade é algo que se conquista (quando você é adulto) e que não se deve renunciar nem negociar com ela, embora não se possa invocá-la para desobedecer à mamãe e nem para levar sereno (http://direitoamemoria.blogspot.com/2012/07/levar-sereno.html).
É engraçado como a nossa visão sobre os nossos pais é dinâmica e vai mudando ao longo da nossa vida. Com o tempo (e ainda muito jovem) percebi que a minha mãe é muito inteligente e bem maluca, e que isso é uma característica positiva que lhe permitiu cuidar e educar quatro filhos, que para ela são exatamente uma e mesma pessoa.
A minha mãe não dá o menor valor para os nossos nomes próprios, e nos chama pelo primeiro nome que vem à sua cabeça. Eu sou Fabiana, mas ela sempre me chamou de Robinson, Flávia, Albino, Maria Clara, e ultimamente me chama de Benjamin. Não importa.
Pessoas interessantes e seus mistérios.
Nesse ano de 2021, diferentemente de todos os anos da minha vida, não fui comemorar o aniversário dos meus pais por conta das medidas de enfretamento da pandemia. Então, o meu jeito de comemorar é lembrar deles, de como são incríveis, e escrever essa pequena mensagem como uma lembrancinha.
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