Morar sozinha foi uma experiência e tanto para mim. Dessas que marcam a memória profundamente, pois foi um dos meus grandes atos de coragem para a vida.
Era jovem e decidi sair do conforto da casa dos meus pais (e contra a sua expressa vontade). Na verdade, aluguei um lugar e acampei nele durante um ano porque só tinha um colchão, um ventilador e uma caixa térmica (cooler), onde guardava água.
Demorou para conseguir mobiliar o meu muquifo, que é o nome carinhoso que se dá a esses refúgios bagunçados da nossa vida. Consegui comprar uma geladeira depois de alguns meses, depois um fogão. Um ano depois consegui comprar uma televisão e finalmente uma máquina de lavar, porque ninguém merece lavar toalhas e lençóis à mão.
Foi um período de bastante aprendizado e amadurecimento. Confesso que me diverti muito, muito mesmo. Viver sem a supervisão materna pode ser uma experiência muito eufórica durante algum tempo, mas depois que a gente cansa de tanta farra fica querendo voltar a conforto do lar.
Bem essa não era uma opção para mim pois, como citei acima, fui morar sozinha contra a expressa vontade dos meus pais. Aqui no Brasil o costume e a economia estabelecem que os filhos permaneçam bastante tempo com os seus pais, e às vezes até mesmo casados continuam a morar com eles.
Eu quis morar sozinha para ser mais independente e acho que foi uma boa decisão, embora nem tudo fossem flores e alegrias. Demorei um pouco para aprender a tomar conta de mim mesma e a saber que certas atividades domésticas precisam ser realizadas, as contas devem ser pagas, o que me lembrou um vídeo muito engraçado do Porta dos Fundos: https://www.youtube.com/watch?v=71nbCHS1B8Q
Muito engraçado mesmo. Tirando o exagero, comigo foi quase assim. Hoje eu posso olhar para trás e ver como eu era despreparada, mas corajosa.
Depois de alguns anos morando de aluguel, decidi que era hora de ter a minha casa. Comecei a planejar e adquirir objetos para a futura casa própria, e a minha primeira aquisição foi um conjunto de imãs de geladeira: quatro lindas bonequinhas japonesas com mensagens de encorajamento e votos para uma nova vida feliz.
Eu teria feito muitas coisas diferentes se eu pudesse me dar conselhos retroativos, mas a gente só aprende com o caminho depois de percorrê-lo.
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