Essa foi no meio de uma aula. Nós discutíamos sobre a noção de lícito/ilícito e exemplifiquei com a omissão de socorro. Aí, o diálogo passou a ficar surreal:
Fabiana: Por isso, a omissão de socorro é ilícita. O agente devia (tinha o dever jurídico) de prestar o socorro, ou estava em condições de fazê-lo, e não fez. Em algumas situações, nós não devemos intervir para não piorar o estado da vítima, por exemplo, movendo-a do lugar. Os bombeiros geralmente recomendam que seja acionado o socorro para que a vítima receba o tratamento adequado.
Alguém aqui lembra qual é o telefone da emergência?
Aluno: Eu sei, professora. É 911.
Fabiana: Não senhor, é 190.
Aluno: ah...não é, não. É 911.
Fabiana: Veja, você está lembrando do 911 porque esse é o telefone da emergência nos Estados Unidos, e provavelmente você assiste a muitas séries e filmes. Aqui o número é 190.
Aluno: Tem certeza?
Fabiana: Eu tenho, e você? Tem certeza que o número da emergência aqui é 911? Você já usou?
Aluno: Eu, pessoalmente, não. Mas eu tenho um amigo que usou e funcionou.
Fabiana: Está certo, vamos seguir adiante e deixar essa questão no passado. Mas deixe dar um conselho: se algum dia precisar (que Deus nos livre!) prometa que vai ligar para os dois números, mas primeiro para o 190, certo? É que o pessoal do 911 às vezes demora um pouco para aparecer por aqui, já que eles vêm de longe.
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Isso encerra esse diálogo, mas não o problema da memorização de informações alienígenas. Mais de uma vez ouvi referências de que "Nós vivemos em um país livre (free country)", e que os juízes brasileiros usam perucas, e outras informações desse gênero.
Não, os juízes brasileiros não usam peruca em razão da função. É impressionante como, quase todo o semestre na aula sobre o Poder Judiciário, os alunos indagam sobre o uso de peruca pelos magistrados brasileiros.
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