Os deuses da Arqueologia às vezes atuam por caminhos misteriosos. As grandes guerras mundiais, e seus explosivos, fizeram aflorar uma grande quantidade de vestígios arqueológicos, e o aquecimento global também.
Confira a interessantíssima notícia sobre o achamento de restos mortais de soldados da Primeira Guerra Mundial, que apareceram em razão do descongelamento parcial dos Alpes: http://noticias.seuhistory.com/derretimento-do-gelo-nos-alpes-italianos-revela-mumias-de-soldados-mortos-na-primeira-guerra-mundial
A discussão sobre o achado dos restos mortais e o seu destino continuou pelo facebook. Lá discutíamos que os tratados de paz da Primeira Guerra Mundial dispunham sobre a sua permanência no local onde caíram os soldados, ainda que fosse território inimigo.
ResponderExcluirEm relação à Áustria, de onde parecem provir os soldados caídos, existe o Tratado de Saint Germain-en-laye (1919), que é compatível com os tratados de paz firmados ao fim da Primeira Guerra Mundial.
Observe-se que o dispõe o artigo 171 do referido tratado:
"The Allied and Associated Governments and the Austrian Government will cause to be respected and maintained the graves of the soldiers and sailors buried in their respective territories.
They agree to recognise any Commission appointed by the several Governments for the purpose of identifying, registering, caring for or erecting suitable memorials over the said graves, and to facilitate the discharge of its duties.
Furthermore, they agree to afford, so far as the provisions of their laws and the requirements of public health allow, every facility for giving effect to requests that the bodies of their soldiers and sailors may be transferred to their own country".
Para refletir sobre as consequências da mortandade coletiva da Primeira Guerra para a monumentalização: DOGLIANI, Patrizia. La memoria pública de la Segunda Guerra Mundial em Europa. In: Viniyes, Ricard. El Estado e la memoria, 2009, p.175-176.