Esse post é um registro para a Fabiana do futuro lembrar dos detalhes da vida durante a pandemia.
Quando o isolamento social começou para mim, em 16/03/2020, a minha primeira providência foi comprar mantimentos e remédios para os próximos quarenta dias.
Naquela ocasião "quarentena" significava algo muito diferente. Pensei (ou melhor seria dizer sonhei?) que a questão do coronavirus estaria resolvida em pouco mais de um mês. Um erro baseado na ignorância pois à época não sabia o que era esse vírus e nem o que era uma pandemia.
Quarentena que durou meses e me forçou a aprender um novo modo de viver.
Quando o isolamento começou eu não sabia cozinhar, então tive que aprender a me virar. Na verdade, nos primeiros meses me tornei vegetariana crudívora porque não sabia cozinhar meus alimentos.
Minha alimentação foi composta basicamente de verduras, frutas e sucos, e como resultado perdi nove quilos. Algumas coisas saíram da minha vida e nunca mais vão voltar: refrigerantes, cerveja e pães.
Apesar dessa virada radical e benéfica na alimentação, mantive algumas ilusões e diversões alimentares como bolo de chocolate.
Aos poucos fui aprendendo a cozinhar e fiz isso assistindo a aulas no Youtube. Hoje me considero capaz, e quando coloco a trilha sonora do Inverno de Vivaldi me considero uma ótima cozinheira.
Isso tudo teve um estranho efeito: tornei-me muito mais exigente com ingredientes e refeições, e hoje torço o nariz para alguns dos restaurantes que eu gostava de ir. Faço melhor e consigo reproduzir os pratos de que gosto de forma satisfatória.
Planejo minhas refeições e me sinto muito feliz quando consigo fazer do jeito que imaginei. Quem diria que cozinhar poderia ser algo gratificante?
O ano de 2020 me levou para lugares exóticos e nunca dantes visitados, como a minha cozinha.
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