O brasileiro não tem memória.

Neste blog desmascaramos esta mentira.









sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Aula de piano

Imortalidade é isso.  O sujeito escreveu essa música há quase trezentos anos e eu, aqui, tocando as mesmas notas que ele sonhou no passado... Provavelmente o som não era esse, porque o instrumento mudou muito, e também porque ele tocava em uma igreja, a acústica devia ser melhor do que a dessa sala mas...

- Fabiana, preste atenção, você está tocando errado.  Toque de novo, do começo, e sem distrações.

Certo, sem distrações. Ré, sol, lá, si, dó, Ré, eu gosto dessa música.  Sol, sol, devia ser interessante esse Bach.  Acho legal  aquela peruca que ele usava, mas devia ser difícil tocar com aquelas roupas. Hehehehe,  Gosto muito dessa música, ops, era dó.

- Fabiana, pare rir e preste atenção.

- Desculpe, vou recomeçar, professora.

BOW-BOW-BOW. Começou a aula na sala do lado.  Alguém tocava um instrumento que parecia um arroto.  Hehehehe, pelo menos eu não estou arrotando, hehehehe.

E assim eram as minhas tardes de sexta-feira, nas aulas de piano das quais eu gostava por causa da minha professora, e sua infinita paciência.  E que talento!  Tudo que aquela senhora tocava ficava lindo, nem dava para acreditar que era a mesma música que eu estava forçando para fora do teclado.

Dessas tardes mágicas, ficaram a saudade da minha professora, o gosto pela música em geral (mesmo que não as execute, e talvez por isso), uma certa disciplina para os estudos e bastante agilidade para digitar, o que acabou sendo muito útil.

A verdade é que a minha imaginação voava, mas não tanto quanto a do meu irmão Robinson:



8 comentários:

  1. Boa idéia, essas notinhas fugindo bem piradinhas.

    Essa partitura parece ser um pouco difícil de executar: você está tocando, engatinha, corre, pega uma bicicleta, aff...Piano estilo triatlon.

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  2. Tu precisa de um post so pra lembrar dos professores que te marcaram...

    Hj faleceu Bernadette...

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  3. Que pena! Falei de Profa. Bernadette ontem. Vou ficar com saudades.

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  4. Saudades, professora. Estou escrevendo um livro em sua memória.

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    1. Professora Bernadete, o livro escrito em sua memória se chama Nação Enraizada - Estado, identidade e preservação.

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  5. A minha professora de Piano, dotada com tanto talento e paciência, é Dinane. Obrigada, professora.

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