O brasileiro não tem memória.

Neste blog desmascaramos esta mentira.









sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Produtos centenários

Sim, às vezes a antiguidade é elemento de marketing e legitima o produto.  Invocar a permanência como indicador da qualidade, já que o produto resistiu ao teste do tempo, é uma forma de transformar a passagem do tempo em certificação.

Ou seja, quanto mais tempo estiver no mercado, melhor o produto.  A falácia é evidente, mas não é por isso que vou deixar de cair na armadilha.  Como diria Wilde, resisto tudo, menos a uma tentação.

Eu realmente me sinto tentada a provar esses produtos centenários.  Um exemplo?  Vejam no rótulo da cerveja Stella Artois, a data mágica de 1366. Gente, eu nem bebo cerveja, mas se vem do século XIV, é para lá que eu vou.  E a Heineken?  Século XIX? Vou beber, com moderação.

Mas não vale invocar o poder da tradição se é novinho, como tentou uma cerveja brasileira.  Não vale.

Essas coisas boas que são feitas pela mesma família há gerações são obrigatórias para mim.  Compotas e bolos, quanto mais velha a receita, melhor.  E se vier acompanhado da frase "era assim que a minha bisavó fazia", vou gostar em homenagem a ela, mesmo que não seja do meu agrado.

Quando chego em um lugar diferente pergunto logo onde é o restaurante mais antigo, a sorveteria, loja, farmácia, mercado tradicionais.  Procuro pelas peças de resistência do local, e é sempre uma grata experiência.

Se eu posso ser enganada pelo falso discurso da continuidade? É possível, mas nesse caso o tempo está ao nosso favor.

14 comentários:

  1. Emulsão de Scott (óleo de fígado de bacalhau)

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  2. Vou lembrando... Leite de Rosas (que é quase centenário)

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  3. Manteiga Aviação, a preferida do meu marido.

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  4. Conhaque de Alcatrão de São João da Barra. Bebida considerada medicinal - "O conhaque do milagre" - não convém exagerar. Já me lasquei por causa dela.

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  5. Laticínios Regina. A empresa completará 100 anos em 2015. O queijo "tipo lanche" Regina, que na verdade é prato, acompanhou toda a minha infância. Agora estou consumindo o queijo "tipo Minas", que é muito bom, apesar de aparentemente não seguir a tradicional receita registrada (Queijo de Minas - Patrimônio Imaterial do Brasil), o que não chega a ser um problema porque a própria empresa é mineira,então todos os queijos que ela faz são mineiros, não é verdade?

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  6. Vinagre Castelo. Olhando a embalagem vi que a empresa Castelo Alimentos existe há mais de cem anos.

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