Outra memória em forma de poesia, porque adoro o poeta Carlos Pena Filho:
"Fazenda Nova - Um campo.
É como se fossem ruínas,
mas não de muros ou casas.
São ruínas de terra antiga,
que o tempo estraga.
Vistas de longe, essas pedras
de irregulares tamanhos
são lembranças renascidas
de abandonados rebanhos.
Mas, quando vistas de perto,
a idéia que a gente faz
é a de que aquilo é somente
lavoura de Satanás.
Apenas sol se move
nessa paisagem sem bois,
sem cabras e sem ovelhas,
sem antes e sem depois.
Ainda mais duas coisas
pode esse campo lembrar:
Um cemitério sem corpos
ou um leito de mar, sem mar."
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Só para contribuir com a leitura do poema, uma foto do lugar chamado Brejo da Madre de Deus, próximo à Fazenda Nova, e suas pedras tão características:
Pode até ser que o poeta não estivesse pensando nesse lugar agreste, mas para mim fez todo o sentido.
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