O brasileiro não tem memória.

Neste blog desmascaramos esta mentira.









segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Citações sobrea memória - Malebranche, Nicolas.

"Da mesma forma que os ramos de uma árvore que permaneceram por algum tempo curvados de uma determinada forma conservam uma certa facilidade para serem curvados novamente da mesma maneira, as fibras do cérebro, uma vez tendo recebido certas impressões por intermédio dos espíritos animais e pela acção dos objectos, conservam por bastante tempo alguma facilidade para receber essas mesmas disposições. Ora, a memória consiste apenas nessa facilidade, já que se pensa nas mesmas coisas quando o cérebro recebe as mesmas impressões".

domingo, 29 de janeiro de 2012

Memória de células-tronco

As células -tronco adultas (não as embrionárias) têm memória. Cf:http://veja.abril.com.br/blog/genetica/sem-categoria/as-celulas-tronco-tem-memoria/

Em síntese, eu entendi que hoje é possível pegar uma célula adulta qualquer e transformá-la em outro tipo de célula, por isso elas se chamam pluripotentes. Por exemplo, pode-se pegar uma célula de pele e transformá-la em músculo, o problema é que ela "lembra" que um dia foi pele, e pode tentar voltar a ser o que era.

Portanto, é uma questão de identidade que ainda precisa ser resolvida.

sábado, 28 de janeiro de 2012

Citações sobre a memória - Canetti

"Covarde, realmente covarde é apenas quem teme as próprias lembranças".

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Comentário: essa citação me fez lembrar o filme "Se beber, não case".

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

RESGATANDO XINGAMENTOS ANTIGOS (10): Beócio

Há muitos xingamentos com a letra B: babaca, biltre, bosta, bronco, bobo, boçal, bufão.

É uma letra que tem muito potencial xingatório (xingativo?), e lembrei que há um xingamento bem antigo começando por ela: beócio.

Beócio é um adjetivo que, segundo o Sr. Aurélio Dicionário de Holanda, refere-se (1) a quem nasce na região da Beócia (Grécia); (2) Quem é curto de inteligência, ignorante; (3) simplório, ingênuo.

Modo de usar: dada a raridade e antiguidade (clássica), o xingamento "beócio" só deve ser utilizado em casos graves de estupidez, para o qual não encontramos equivalente contemporâneo. Ex: "O que ele fez já ultrapassou os limites da burrice... Fulano é um verdadeiro beócio".

domingo, 15 de janeiro de 2012

Memória Brasileira: Festivais de Música Popular Brasileira

Eu nem tinha nascido ainda, mas adoro os festivais de música brasileira da década de 60. Passei o domingo assistindo os vídeos do Youtube com essas performances maravilhosas.

Esses festivais revelaram aqueles que hoje nós consideramos ícones da cultura brasileira, e que mostravam que realmente têm talento desde jovens. Destaquei alguns de minha preferência:


I Festival de Música Popular Brasileira (Tv Excelsior, 1965)

1º Lugar: Arrastão (Edu Lobo e Vinicius de Moraes), cantada por Elis Regina:http://www.youtube.com/watch?v=Y1h5GHFOQeo&feature=related

II Festival de Música Popular Brasileira (Tv Record, 1966)

1º Lugar: A Banda (Chico Buarque e Nara Leão http://www.youtube.com/watch?v=wFPPawLq_5Q&feature=related) empatou com Disparada (Geraldo Vandré e Teo de Barros), cantada brilhantemente por Jair Rodrigues, Trio Maraiá e Trio Novo.

Adoro essa interpretação de Jair Rodrigues:http://www.youtube.com/watch?v=AkghEx3g6wI, e acho que a letra é pura poesia.


III Festival de Música Popular Brasileira (Tv Record, 1967)

1º Lugar: Ponteio (Edu Lobo e Capinam), interpretada por Edu Lobo, Marília Medalha e Quarteto Novo, Momento quatro (http://www.youtube.com/watch?v=GWPmnVjIC5E)

2º Lugar: Domingo no Parque (Gilberto Gil), com ele mesmo e Os Mutantes (!, sempre ótimos de se ver) http://www.youtube.com/watch?v=Zbv3M-AdxC0

Linda, linda, triste de matar.

3º Lugar: Roda Viva (Chico Buarque), com ele mesmo e MPB-4 http://www.youtube.com/watch?v=faYTcmDxXq8&feature=fvst.

Houve outros festivais, inclusive em outras emissoras de Tv, mas esses três são especiais para mim. São músicas absolutamente lindas, letra e música, e algumas exigiram muita coragem dos intérpretes, devido às mensagens libertárias implícitas (e algumas bem explícitas, pensando bem), naquele contexto de repressão das liberdades.

Só acho estranho considerar esse tipo de música como "popular". Hoje nós fazemos a associação da chamada "MPB" com a "música popular brasileira", que afinal é o que a sigla significa, mas particularmente sempre considerei indevida.

O "popular" é contraposição de "erudita"? Se for assim, a oposição é mal feita, considerando a formação "erudita", e a forma "erudizante" de algumas músicas.

Luiz Gonzaga não fazia MPB? E Jackson do Pandeiro? E o resto do povo "popular" que fazia música nessa época?

Bem, qualquer dia desses vou estudar sobre a formação do conceito de MPB e as representações sociais nele contidas, especialmente daqueles postos à margem da classificação, mas agora não porque eu vou jantar.

Para cultivar a boa memória individual

Olha a aí a reportagem com dicas para cultivar uma boa memória:http://yahoo.minhavida.com.br/conteudo/14535-voce-cultiva-a-boa-memoria.htm

sábado, 14 de janeiro de 2012

Memórias radicais de Pirenópolis



A idéia é chegar com vida ao final dessa corda.

Olha aí Fabiana fazendo rapel:






Também fiz rafting no Rio Corumbá e comi pequi, que também é uma coisa muito radical de se fazer, dada a periculosidade dessa fruta do Cerrado.

Por sinal, em Pirenópolis aprendi que o pequi é muito bom para a memória. Dizem que você come, e depois de três dias ainda lembra dela (hehehe). No pequi, o mais importante é lembrar de não mordê-lo, porque a parte interna é cheia de espinhos.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Boas lembranças...Pirenópolis

Pirenópolis é uma cidade histórica, situada a aproximadamente 130 km de Brasília (Distrito Federal, capital do Brasil), ou a aproximadamente 120 km de Goiânia, capital do Estado de Goiás, na região Centro-oeste.




Em resumo é uma cidade que fica bem no coração do Brasil, pela geografia e por ser tombada (protegida em nível federal) pelo IPHAN, em razão de sua importância cultural.







Pirenópolis nasceu com o nome de Arraial (ou Minas) de Nossa Senhora do Rosário da Meia Ponte, o que fez surgir a identidade "meia-pontense", mesmo após a mudança do nome da cidade. Aliás, conta a memória coletiva local que o nome "Pirenópolis" foi dado por imigrantes espanhóis, que encontraram semelhanças entre a serra que circunda a cidade com os Pireneus.




Entretanto, a reminiscência "meia-pontense" permanece, o que me fez sair perguntando a todos que eu podia por que "meia ponte". Embora ninguém soubesse ao certo, a explicação vencedora diz que é meia ponte porque só passava um veículo (provavelmente carro de tração animal) por vez.


Olha aí uma versão do que seria a Meia-Ponte, em cima do riacho das Almas. Além do só passar um veículo por vez, essa ponte também tem um odor característico, em razão da madeira com que foi construída.





Enfim, depois do almoço, eu sempre tomava café no Armazém Meia-Pontense.




A cidade destaca-se pelo patrimônio edificado (século XVIII), pelo patrimônio natural que lhe confere beleza, além do ar puro (que também está virando patrimônio), portanto também possui valor paisagístico a ser protegido, e propicia a prática de turismo de aventura.




Outro ponto forte da cidade é o patrimônio imaterial: Pirenópolis possui uma festa registrada como patrimônio imaterial, a complexa e quase inexplicável Festa do Divino Espírito Santo. Nessa manifestação tem tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo que, depois que eu conseguir processar toda a informação, vou tentar escrever um post sobre ela.



As pessoas em Pirenópolis (pelo menos as que nós conhecemos) são muito amáveis, e não é só por se tratar de uma cidade turística. A gente foi bem tratado, bem alimentado, e tal como gatos, gostaríamos de ficar por ali mesmo, mas tivemos que voltar mais cedo.


Como a memória funciona por associação, achei que havia muita similaridade com Minas Gerais em princípio, inclusive no sotaque, mas depois percebi que há peculiaridades que tornam os habitantes de Goiás únicos.


Recomendo a visita, inclusive a parte mais radical.



quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Volta das férias!

Viajar é preciso.

Como diria Miguel de Cervantes: "aquele que lê muito e anda muito, vê muito e sabe muito". Sim, sim. Duas formas de adquirir conhecimento, por fonte secundária (bibliografia) e por observação direta (anda muito e vê muito), por isso viajar é preciso.

Fui para Pirenópolis, no Estado de Goiás, região Centro-Oeste do Brasil. A cidade fica a aproximadamente 130 quilômetros de Brasília, Distrito Federal. Vou postar muitas fotos, mas já adianto que foram (mini)férias radicais!

Bem, estavam radicais até que foram suspensas por ordens superiores. Mas tudo bem, é bom voltar à casa e ao trabalho para descansar das férias.

Hoje, quando fui ler o jornal, tomei dois sustos:

a) Um rapaz na Tailândia casou com a namorada, morta em um acidente no reveillon ( http://googli.blog.br/curiosidades/homem-se-casa-mulher-morta-tailandia/)

b) Filme pornô cristão: http://www.revistasalvador.com/index.php?option=com_content&view=article&id=301%3Afilme-porno-cristao&catid=35%3Aexternas&Itemid=50.

(não basta que os atores sejam tementes a Deus que, por sinal, é o único que pode julgá-los?)

Parem o mundo, que eu quero descer!

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Caçando novas memórias: férias de Fabiana

Está aberta a temporada de caça de novas memórias! A partir de hoje estou de férias e vamos viajar, oba! oba!

Quando voltar, postarei as fotos e vou contar todas as (his) estórias de lá.

Um abraço e até a volta!

domingo, 1 de janeiro de 2012

RESGATANDO INSTITUIÇÕES ANTIGAS (4): Comércio de Indulgências

As indulgências são atos que eximem o pecador dos efeitos do pecado. Dizendo normativamente, há a supensão ou extinção da eficácia do pecado, enquanto fato gerador de obrigações ou sanções.

Observe que o pecado não deixou de existir, ele apenas não surtirá os efeitos normais (infernais ou purgatoriais) previstos na norma.

Durante um período da nossa história, era possível comprar títulos que corporificavam o ato de indulgência, e "descontá-los" quando fosse necessário. Por causa da conduta de uns poucos inescrupolosos, a maioria de nós perdeu a oportunidade de comprar esse vales, desde que a venda de indulgências foi proibida, no século XVI.

Ou seja, as indulgências ainda existem, só não podem ser vendidas. Elas agora têm que ser conquistadas, o que reduz (e muito) o mercado dos beneficiários.

Acredito que o comércio de indulgências poderia ser retomado, com vantagem para as pessoas que precisam de paz de espírito, se fossem adotadas medidas preventivas para evitar os abusos verificados no passado:

1) Os títulos de indulgência deveriam ser aprovados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), e emitidos em papel moeda, com as marcas de segurança aplicáveis às cédulas em geral;

2) Considerando a diversidade cultural, as indulgências perderiam o atual caráter religioso e poderiam ser adquiridas por pessoas de todos os credos, ou de nenhum credo. As indulgências poderiam abranger os ilícitos morais, violações de regras costumeiras, contravenções e delitos de pequeno potencial ofensivo;

3) As indulgências deveriam ser vendidas em shopping centers e lojas de departamento, devidamente autorizadas e fiscalizadas pelo PROCON. Dessa maneira, as pessoas já sairiam de espírito leve, apesar da violação das normas racionais de consumo;

4) Os títulos de indulgência só poderiam ser adquiridos post factum, limitados a duas unidades anuais por CPF, e com prazo de vigência não superior a 30 dias. Essa medida tem o caráter preventivo, para evitar que as pessoas adquirissem indulgências como se fossem "vales pé-na-jaca", em número indeterminado, para serem utilizados durante festas populares.