O brasileiro não tem memória.

Neste blog desmascaramos esta mentira.









quarta-feira, 31 de julho de 2019

Outro Caminho


Virei a esquina e me deparei com o sinal querido em Tomar, Portugal:

Um sinal conhecido
Não posso descrever a alegria e a emoção de rever essa marca do Caminho.  As lembranças vieram sob a forma de vontade de percorrê-lo de novo.

Olha só.
Conheço as vias lusitanas - o Caminho Português a Santiago - mas nessa última viagem  me deparei com o sinal várias vezes e sempre de surpresa. Olha ele em Cascais:



Mesmo quando não estava sinalizado, eu sabia que o Caminho estava lá. Em Óbidos parei, olhei em volta, e o reconheci mesmo escondido.

Segui a intuição e, depois de algumas centenas de metros, cheguei à escadaria de uma Igreja de São Tiago e não pude deixar de sorrir.


segunda-feira, 29 de julho de 2019

Renovar, reciclar e reusar bens culturais (1)

A Igreja de São Tiago em Óbidos (Portugal) transformou-se em livraria.

Sem uso, foi renovada e ganhou um novo uso, o que permite sua continuidade e conservação.  Não concordo com o termo reciclagem para edifícios, porque a prática de aproveitar materiais levou e leva  à mutilação de monumentos.


Igreja transformada em livraria

livros à moda de oferenda

Só o púlpito lembra a função original

livraria, outro ponto de vista

sexta-feira, 26 de julho de 2019

Mensagem


Azulejo advertindo
A memória é assim: um jogo de luz e sombras.

quarta-feira, 24 de julho de 2019

Alfama perdida

Portugueses sentem saudade, e muitas vezes definem-se coletivamente por ela.

Essa falta crônica é também resistir em deixar ir, manter mesmo ido.  Não seria notável nem estranho ouvir falar os portugueses do que passou e do que se perdeu, não fosse o pesar sincero e generalizado porque a Alfama não é mais a mesma.  

Onde estão as residências e os antigos moradores?  Onde está a alma do lugar? Sim, os edifícios estão lá, como sombras rígidas, e nada é mais o mesmo.

O bairro está mudando- tudo muda- mas deixa um rastro de destruição de um modo de vida.  

Lamentos pela Alfama em cada esquina, os becos como lágrimas escorrem, a saudade é a habitante mais presente.   Agora vitrine turística, Alfama virou mais uma dor na alma dessa gente.

segunda-feira, 22 de julho de 2019

Respeite o patrimônio


As definições de ironia foram atualizadas:

Apelo em Óbidos 

quinta-feira, 18 de julho de 2019

Amar Alfama


Amar Alfama caminhando.  Olhar cada detalhe, imaginar as histórias dos tempos e das pessoas.
Fabiana e Alfama




domingo, 7 de julho de 2019

Memórias queridas (1): Nossa Senhora do Monte, biscoito e pitanga


O meu colégio ocasionalmente levava as crianças em passeios e, alguns deles, marcaram profundamente a minha memória.

Certo dia, fomos visitar a bela Igreja de Nossa Senhora do Monte que, como indica o nome, fica em um monte, com uma paisagem criada por Deus para o deleite de todos.

A minha lembrança é da beleza da Igreja, e da paisagem deslumbrante.  Lembro do silêncio e da ordem das freiras que passavam por nós, crianças, sorrindo. Na minha memória, elas pareciam flutuar.

Mas o que realmente ficou gravado na minha cabeça foi o lanche que as freiras nos ofereceram: biscoitos e suco de pitanga que elas faziam no convento. E, para a minha sorte, continuam fazendo:

Bricelet da Igreja de Nossa Senhora do Monte
Sempre que tenho oportunidade, compro os biscoitos que elas fazem porque as ajuda, contribui para a manutenção do monumento e alimenta a minha alma, que também gosta de suco de pitanga.

Eu sento, tomo o meu lanche, e volto àquela tarde mágica de silêncio e sabor.

sexta-feira, 5 de julho de 2019

Artigo Publicado - Fabiana Dantas

Artigo de Fabiana publicado, cujo título é : "Autenticidade de bens culturais: um olhar jurídico".

Para ver a íntegra do artigo: https://www.even3.com.br/anais/iiisimposioicomosbrasil/154260-autenticidade-de-bens-culturais--um-olhar-juridico/

quarta-feira, 3 de julho de 2019

Apropriação cultural (2): vivendo e aprendendo

Denomina-se "apropriação cultural" a utilização de elementos característicos do patrimônio cultural de um grupo, por indivíduos ou grupos alheios, em um sentido de espoliação, como começamos a refletir no post: http://direitoamemoria.blogspot.com/2017/02/apropriacao-cultural-1-inicio-da.html

Nesta semana, nos deparamos com a interessante notícia de que Kim Kardashian resolveu criar uma marca de roupas femininas denominada "Kimono", que causou reações contrárias dos japoneses: https://www.bbc.com/news/entertainment-arts-48831794.

A idéia simplória é associar o nome Kim, com uma espécie de vestimenta Kimono, já que era uma marca de roupas.  E isso foi a base da escolha, sem nenhuma consideração pela história do objeto, ou o seu significado na cultura japonesa.

Por outro lado a reação é capaz, exatamente, de demonstrar o significado e a importância do kimono na cultura japonesa, e porque a sua utilização indevida é considerada ofensiva.

Então, o delineamento do que seja apropriação cultural em cada caso vai depender da reação, que é diretamente proporcional à importância que se dá ao bem cultural apropriando.

O saldo positivo é ouvir as autoridades japonesas falando sobre o kimono, sua importância ritual, beleza e significado, e assim a gente vai aprendendo.

Mas, há casos mais graves que o kimono, que não geraram essa reação: o sushi (cf. http://direitoamemoria.blogspot.com/2015/01/a-percepcao-do-patrimonio-dos-povos.html).  Talvez porque existam sushis coreanos, chineses, japoneses , a variação é própria do bem cultural imaterial e não gerou uma reação tão evidente.

De toda sorte vale a pena refletir sobre a apropriação cultural no que tem de pior, que é a espoliação do significado, e é nisso que vamos trabalhar.

segunda-feira, 1 de julho de 2019

Exposição de obras de Adriana Varejão (2019)

Adriana Varejão é uma das minhas artistas plásticas favoritas, da qual falei um pouco no post http://direitoamemoria.blogspot.com/2014/05/aniversario-de-fabiana.html.

Ontem tive a oportunidade de ver pela primeira vez uma exposição de suas obras:

Exposição

Grandes artistas têm o poder de nos fazer ver o mundo de outra forma e nos ajudam a expressar melhor nossas próprias idéias. Eu sempre pensei em edifícios de uma forma viva e orgânica, mas nunca tinha pensado que eles tivessem pele, musculatura, até ver essa idéia em obras de Adriana Varejão:


Obra de Adriana Varejão


O corpo atrás dos azulejos

Obra - Ruínas da charque

Obra - Ruínas da charque
É interessante como a arte nos ajuda a explicar e transcender a realidade.

Vou fazer outro post com outras obras favoritas.