O brasileiro não tem memória.

Neste blog desmascaramos esta mentira.









segunda-feira, 27 de março de 2017

domingo, 26 de março de 2017

Fotografia e cidadania

A história das fotos de alguns dos primeiros trabalhadores registrados no Brasil: http://www.bbc.com/portuguese/geral-39381793?ocid=socialflow_facebook

Em exposição até 5 de maio no espaço cultural BNDES.

sexta-feira, 24 de março de 2017

quarta-feira, 15 de março de 2017

Garoto encontra avião nazista na Dinamarca

Acreditou no que o avô contou, procurou e achou: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2017/03/menino-de-14-anos-acha-aviao-da-segunda-guerra-na-dinamarca.html

Dentro do avião havia restos mortais, que agora serão objeto de identificação e resgate da memória.

segunda-feira, 13 de março de 2017

sábado, 11 de março de 2017

Honouring the Ancient Dead - HAD

Estava estudando sobre os mortos e sua memória, e me deparei com este sítio: http://www.honour.org.uk.

Achei interessante a associação de pessoas, cuja proposta não é religiosa mas memorial, de respeitar os mortos, o que é uma das manifestações do direito à memória (http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2010/11/o-direito-memoria-dos-mortos.html).

quinta-feira, 9 de março de 2017

Lembrança e comportamento

As memórias individual e coletiva moldam o nosso comportamento, simplesmente porque elas portam significados.

Refletir sobre o que significa uma experiência, e aprender com ela, sem dúvida exige muita atenção, às vezes até reverência.

Dependendo da memória que está sendo veiculada pelo patrimônio cultural, a nossa reação deve ser adequada e às vezes até empática.

A visitação de um local de dor, onde é comemorada uma experiência traumática, exige muita reflexão.  Às vezes, o resultado de um comportamento inadequado diante dessa lembrança de dor pode ser profundamente ofensivo e, mesmo quando a ofensa não é voluntária, revela no mínimo uma profunda ignorância.

Um exemplo para refletir: http://www.tudointeressante.com.br/2017/01/artista-cria-montagens-chocantes-contra-fotos-de-turistas-no-memorial-do-holocausto.html

terça-feira, 7 de março de 2017

Revisionismo (1): a escravidão como imigração voluntária


Assim falou Ben Carson:

"There were other immigrants who came here in the bottom of slave ships,” he said. “They too had a dream that one day their sons, daughters, grandsons, granddaughters, great grandsons, great granddaughters might pursue prosperity and happiness in this land.”

Cf. http://www.nbcnews.com/news/us-news/first-hud-remarks-ben-carson-talks-fairness-calls-slaves-immigrants-n729816

Evidentemente, essa fala estranha e infeliz foi mal entendida, e consequentemente virou polêmica.

Sinceramente, não acredito que a intenção dele foi negar a escravidão dos negros, mas foi isso que ele fez parecer, pois não se pode comparar sequestro, deportação e trabalhos forçados com "imigração em busca de uma vida melhor", dado ao caráter voluntário desta última.

Consigo perceber que ao assemelhar os escravos estrangeiros que chegaram  aos Estados Unidos com os demais imigrantes, sendo otimista como é do meu costume, apenas quis demonstrar que esses últimos também contribuirão para a grandeza da nação como fizeram os primeiros.

Porém, assemelhar escravos com imigrantes trata-se de uma eufemização do passado, que pode implicar no esquecimento do gravísimo fato da escravidão, cujas consequências são sentidas até hoje, sob a forma de discriminação negativa e preconceito.

Garantir o equacionamento entre a versão consagrada e os novos fatos e interpretações é um desafio. O passado é muito dinâmico, e não há como defender a imutabilidade de uma versão ou interpretação dos fatos.

Em algumas sociedades há versões que se tornaram imutáveis,  inclusive a ponto de virar crime qualquer tentativa de negação, como acontece com o Holocausto. Quando a norma jurídica criminaliza um fato, significa que dentro do ordenamento jurídico aquela conduta foi identificada como relevante e merecedora da coerção mais potente do sistema jurídico.

Então, o negacionismo criminalizado é uma declaração explícita e veemente contra o esquecimento, com a finalidade de 
 evitar que fatos parecidos voltem a ocorrer. Neste caso, o esquecimento dar-se-ia pela lenta modificação da versão sobre a escravidão, podendo fazê-la irreconhecível.
A coisa boa do revisionismo é a possibilidade de olhar criticamente verdades estabelecidas há muito, muito tempo, o que é compatível com o espírito científico. A coisa ruim do revisionismo é que às vezes isso ocorre de maneira assistemática, pouco rigorosa, sem provas e com o problema da superintepretação destacada por Umberto Eco.


Existe uma ânsia de superação das pessoas e grupos que não querem ser estigmatizadas pelo passado, e por isso o negam.  Algumas vão além e consideram como "vitimização" toda tentativa de compensação desse passado, como ocorre com as políticas afirmativas (cotas, por exemplo), porque isso impediria a verdadeira superação.

O argumento procede - as ações afirmativas são temporárias - a questão  é perceber quando elas não são  mais necessárias porque as desigualdades de origem já foram superadas pela igualdade de oportunidades . Se não é possível reconhecer as pessoas como iguais, com paridade de armas, então qualquer tentativa de negar compensações é precoce e visa a manter a condição de submissão de determinados grupos em favor de outros.