O brasileiro não tem memória.

Neste blog desmascaramos esta mentira.









sábado, 28 de janeiro de 2017

Lojas históricas de Lisboa fechando as portas

Notícia triste: http://www.dn.pt/sociedade/interior/120-lojas-historicas-encerraram-desde-2015-agora-e-a-paris-em-lisboa-5628652.html

O programa "Lojas com história" é uma iniciativa da cidade de Lisboa e visa a preservar pontos comerciais estabelecidos há muito tempo, alguns centenários, que compõem a atmosfera da cidade.  Pelo que pude perceber, há um incentivo para preservar o mobiliário e o ramo da atividade (não sei quanto aos produtos), o que sem dúvida contribui para uma sensação de familiariedade, identidade e pertencimento daqueles que se acostumaram a comprar, às vezes por toda a vida, em um mesmo lugar.

Mal comparando, evidentemente, hoje fui à padaria que ficava próximo à casa da minha avó só para comer um sonho.  Hoje ela é fisicamente muito distante de mim, do outro lado da cidade, mas na minha memória está a umas poucas pedaladas com a bicicleta quebrada do meu tio, e produz o melhor sonho de todos, recheado de creme, lembranças e saudades.

Para mim, existe algo de reconfortante em saber que aquela padaria continua ali.

Enquanto tanta gente quer falsificar o passado, criando lojas com aparência de antigas, em um revival incompreensível, por que não preservar aquelas que realmente são testemunhas (http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2013/11/produtos-centenarios.html) e sobreviveram ao tempo?

E para os turistas é uma oportunidade incrível de vislumbrar o passado da cidade através de uma janela, uma vitrine do tempo, que dá uma feição tão peculiar às cidades.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

27 de janeiro - Dia internacional pela memória do Holocausto

A data de 27 de janeiro marca a liberação do campo de concentração de Auschwitz, e foi considerada um marco comemorativo pelas Nações Unidas: http://www.un.org/en/holocaustremembrance/.

Honrar a memória das vítimas, não esquecer os perpetradores, as circunstâncias e os fatos, não permitir que aconteça outra vez. Esse é o dever de memória.

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Noite

Foto Marcelo Müller

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

A paisagem urbana: apreciar ou não apreciar, eis a questão.

Outro problema é das afinidades seletivas: http://veja.abril.com.br/politica/sob-doria-grafites-sao-apagados-por-tinta-cinza-em-avenida-de-sp/

Pichar e grafitar são atos distintos, sendo o primeiro considerado crime ambiental.

Grafites podem contribuir para o enriquecimento da estética urbana.  E pichações às vezes são documentos históricos.

Não há regra que permita, de uma forma genérica, decidir o que é lindo, o que deve ser preservado e o que deve ser coberto de cinza.  Qual foi o critério para apagar uns e deixar outros?

Será que a cidade cinza é melhor? https://www.youtube.com/watch?v=7NpppZaGfJo

sábado, 21 de janeiro de 2017

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Destruição de instrumentos musicais dos Gaiteros de San Jacinto

Tradicional grupo musical colombiano, cujos instrumentos contêm sementes e outros materiais orgânicos, os viu serem destruídos no Chile em razão da legislação de proteção agrícola: http://resumen.cl/2017/01/gaiteros-de-san-jacinto-sufren-la-destruccion-de-sus-instrumentos-por-el-sag/.

Compatibilizar as exigências legais com práticas tradicionais às vezes é um desafio.  No Brasil, por exemplo, o queijo de Minas (e seu modo de fazer artesanal, registrado como patrimônio cultural brasileiro no Livro dos Saberes) é uma questão para a Vigilância Sanitária.

Não havia outro modo de fiscalizar, sem necessariamente destruir os instrumentos?

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

sábado, 14 de janeiro de 2017

Dia bom



Memórias são feitas de momentos assim.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

80 anos da politica de preservação do patrimônio cultural no Brasil


O marco é a promulgação da Lei nº 378/37, que em seu artigo 46 dispõe:


Art. 46. Fica creado o Serviço do Patrimonio Historico e Artístico Nacional, com a finalidade de promover, em todo o Paiz e de modo permanente, o tombamento, a conservação, o enriquecimento e o conhecimento do patrimonio historico e artístico nacional. 


§ 1º O Serviço do Patrimonio Historico e Artístico Nacional terá, além de outros orgãos que se tornarem necessarios ao seu funccionamento, o Conselho Consultivo. 

§ 2º O Conselho Consultivo se constituirá do director do Serviço do Patrimonio Historico e Artistico Nacional, dos directores dos museus nacionaes de coisas historicas ou artísticas, e de mais dez membros, nomeados pelo Presidente da Republica. 

§ 3º O Museu Historico Nacional, o Museu Nacional de Bellas Artes e outros museus nacionaes de coisas historicas ou artísticas, que forem creados, cooperarão nas actividades do Serviço do Patrimonio Historico e Artistico Nacional, pela fórma que fôr estabelecida em regulamento. 


Para saber mais sobre as mudanças institucionais das entidades e órgãos de preservação federal nesses oitenta anos, um pequeno artigo que escrevi há algum tempo: http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rda/article/viewFile/14082/12951 .

Sonhamos com mais oitenta, e além.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Saudar os mestres

As artes marciais são praticadas ritualisticamente, então existe a definição de um espaço especial, de um tempo adequado, vestimentas e papéis que a estruturam enquanto atividade social (cf. http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2013/03/artes-marciais-e-memoria.html).

Há muitos aspectos interessantes desse ritual, que vai além do mero aprendizado de movimentos de ataque e defesa.  Por exemplo, o espaço em que ocorrem as aulas e os combates geralmente são sacralizados, para nele adentrar é necessário fazer uma saudação em sinal de respeito, como ocorre com o “salve” dos capoeiristas ou os gestos respeitosos do Karate e do Kung Fu (DANTAS & MÜLLER, 2011, 259-275).

Porém, sem dúvida, um dos aspectos memoriais mais interessantes é a lembrança celebrativa dos mestres.  A reverência demonstrada pelos praticantes não é apenas uma manifestação de disciplina, mas de celebração da memória dos vivos ou dos mortos, da vida, dos valores e das lições legadas por alguém.

Em algumas é costume ter presente uma fotografia ou desenho do mestre, que é reverenciado com cumprimentos específicos, às vezes ao iniciar e também ao terminar o encontro.  A presença dos mestres em cada aula, em cada evento, é uma maneira eficiente de preservar a sua memória e os seus ensinamentos.

Referência

DANTAS, Fabiana
; MÜLLER, Elaine. Cultura marcial: uma porta para o Oriente em tempos de globalização. In: Antonio Motta. (Org.). O Japão não é longe daqui. Interculturalidades, consumo e estilos de vida.. Recife;Tóquio: UFPE; Japan Foundation, 2011, v. , p. 259-275.


quinta-feira, 5 de janeiro de 2017