"Fulano está vendendo o almoço para comprar o jantar". Essa expressão mostra o sentido de "emergência", a necessidade de resolver os problemas conjunturais quando eles acontecem, sem partir de um planejamento maior (de médio ou longo prazo), ou lidar com as consequências de uma procrastinação que transforma questões em problemas (http://direitoamemoria.blogspot.com/2014/04/conhece-te-ti-mesmo-brasil-procrastinar.html), e problemas em emergências.
Resolver imediatamente o caso torna-se a obsessão, nem que para isso deixemos de lado as discussões mais profundas que estão na base do iceberg, do qual a emergência é apenas a ponta.
Se a ponta é uma gordurinha localizada? Tome moderadores de apetite, ou adote-se a dieta da moda.
Se a ponta é o bumbum da moda? Injete-se todo tipo de substância bizarra.
O problema do imediatismo é resolver apenas as questões pontuais, deixando de ver a conjuntura de forma mais ampla, e sem sequer pensar profundamente e em prazos médios e longos. Daí tomar decisões ineficazes, ou que não fazem sentido dentro de um cenário específico, são o resultado esperado.
Soluções profundas e sólidas exigem planejamento, fiscalização, adaptação, avaliação de resultados, novo planejamento, fiscalização, adaptação, avaliação de resultados e disciplina, muita disciplina, para fazer tudo isso com metas e objetivos claros e bem traçados, ciclica e incansavelmente.
As virtudes da Constância, Temperança e Prudência são inimigas do imediatismo.
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