Famílias não são apenas afetos e desafetos entre pessoas. São estruturas que permitem a criação, manutenção e transmissão de modos de viver, fazeres e saberes.
As famílias, como qualquer outro grupo, também têm a sua identidade e o seu patrimônio cultural. A herança de uma família vai além dos meros bens econômicos: há todo um acervo de valores imateriais e culturais transmitidos através das gerações. Refletimos sobre aspectos desse importante acervo nos posts http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2015/08/patrimonio-cultural-familiar.html e http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2017/04/patrimonio-cultural-familiar-2-arte-de.html.
Acho fenomenal como as famílias transmitem conhecimentos, e as receitas são um patrimônio imaterial maravilhoso. Não conheço uma receita tradicional que seja ruim, simplesmente porque passou no teste de diversas gerações, e são lembradas em cada ocasião festiva.
Algumas dessas receitas integram-se tão intimamente na lembrança dos membros que servem de marcos biográficos imateriais. Algumas delas são lembranças tão queridas que provocam evocações e sensações apenas quando são citadas.
A família do meu marido zela bastante pela arte de comer, e achei muito interessante o fato de que eles publicaram as receitas tradicionais, e distribuíram em uma festa que os reuniu. Essas são as jóias da família Müller - as mulheres e suas receitas:
Aqui vemos D. Hildegard, a avó do meu marido (foto do meio da primeira linha), ensinando como se faz o célebre bolo de morango com nata:
O inesquecível bolo de morango com nata de Hildegard Müller - Foto: Fabiana Dantas |
Hildegard Müller - Foto: Fabiana Dantas |
O famoso bolo de morango com nata, prestes a virar almoço. Foto: Fabiana Dantas |
Esse bolo foi gentilmente feito para mim, e ele não teve a menor chance. Passei os dois dias seguintes comendo-o no café da manhã, almoço e jantar, para o horror de D. Hildegard. Supostamente, eu deveria comer pequenas fatias no final da tarde, na hora do café, mas não foi possível.
Bolo de Morango com Nata: uma lembrança querida de Hildegard Müller, da hora do café em uma tarde na casa da minha sogra com muitos risos, e saudades.
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