O brasileiro não tem memória.

Neste blog desmascaramos esta mentira.









quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Meu cachorrinho

Hoje senti uma saudade enorme do meu finado cachorro, que se chamava Pitty.

Um poodle superalimentado e tão mal-humorado que parecia pertencer a outro planeta.  Pitty não gostava de crianças, mas minha mãe o considerava uma.

Pitty nunca aprendeu nada que os cachorrinhos usualmente aprendem:  não fazia suas necessidades no lugar certo, só fazia as refeições em cima da minha cama e embaixo das cobertas.

Aparentemente, ele achava que eu gostava de encontrar pedaços roídos de galinha embaixo do meu travesseiro.

Avançava contra as visitas e os de casa. Armava emboscadas para nos atacar. Latia para os fantasmas e ficava com um olhar perdido por longos períodos.

Pitty também era obrigado a tomar gemada, assim como todas as crianças da casa mas, diferentemente de nós, podia fazer a maior birra sem levar uma calibragem de mamãe.

Pitty não admitia um não como resposta.  Era mimado, não gostava de afagos e só tinha um verdadeiro amor na vida: meu irmão mais velho.

Como diria um antigo ministro brasileiro, cachorros também são pessoas, e aquele era uma das mais difíceis.  No entanto, nos amávamos profundamente e não posso lembrar dele senão com saudades e lágrimas nos olhos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário