A pandemia está virando passado no Brasil, embora isso não corresponda totalmente à realidade da superação da doença. O advento da vacina e a redução diário do número de mortes criou uma expectativa de que tudo passou, diluindo o corpo da pandemia até quase a sua invisibilidade.
Enquanto a pandemia vai se tornando passado, é preciso selecionar o que será lembrado. O que, no meio dessa situação tão dramática, se mostra digno de marcar a memória coletiva.
Na minha experiência, a sensação de perda é algo que vou lembrar enquanto viver. A sensação de ver um mundo, uma época morrendo é terrível.
Quando a Universidade em que leciono fechou eu me despedi dos meus alunos, e alguns faleceram ou tiveram o curso das suas vidas mudados irreversivelmente pela pandemia. Nada vai ser como antes.
Eu fiquei doente e ainda estou sofrendo os efeitos da COVID-19. Eu não estou como antes.
Essa foi uma experiência de sincronia da Humanidade, no nosso tempo. Eu e os meus contemporâneos (vocês) vamos legar às futuras gerações informações que poderão ajudá-las em situações de grande necessidade.
O que nós vamos lembrar para os outros?
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