O brasileiro não tem memória.

Neste blog desmascaramos esta mentira.









domingo, 27 de janeiro de 2013

27 de janeiro de 2013: luto oficial no Brasil

Hoje, dia 27 de janeiro de 2013, o Brasil está de luto oficial por três dias.

Durante a madrugada, na cidade de Santa Maria, no Estado do Rio Grande do Sul, duzentas e trinta e três pessoas perderam a vida em um incêndio, enquanto participavam de uma festa em uma  casa noturna.

A maioria era de jovens, que só queriam se divertir.

Todos nós estamos de luto nesse domingo tão triste.

Dicas para melhorar a memória individual (1)


Passar fome durante algumas horas parece que melhora a capacidade de memorização. Confira http://portuguese.ruvr.ru/2013_01_25/102368694/.

Vale se você é uma mosca da fruta.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Carpideiras

As carpideiras eram mulheres contratadas para chorar e lamentar em funerais, homenageando os mortos com suas lágrimas e seus cantos.

Pode se dizer que é uma profissão muitíssimo antiga, ainda que esteja em desuso. Por que as carpideiras eram contratadas?  Eu tenho algumas teorias:

- Porque todo morto precisa ser lamentado corretamente.  Então, para que o ritual fúnebre seja digno, o lamento também tem que seguir as regras da conveniência social e da eficiência. Com a carpideira evitamos dois sérios problemas: o primeiro, de não ter quem chore pelo morto; e o segundo, evitam-se manifestações fora dos padrões daquelas pessoas que não são profissionais.

- A carpideira também é muito importante para a "dignidade" do morto porque ela pode estabelecer uma versão digna para a morte.  Imagine que a pessoa faleceu de uma alguma doença estigmatizada, ou em situação social não muito boa para a sua honra.  Por exemplo, o sujeito morreu de enfarto enquanto estava na casa da amante.

É aí que entra a carpideira:  ela pode lamentar que ele morreu em casa, dormindo, e espalhar no próprio velório a versão mais compatível com os bons costumes.

- Por sua experiência em funerais, a carpideira também pode ajudar os entes queridos a atravessar a cerimônia de maneira mais tranquila, pois conhece todos os procedimentos.  Acredito que a carpideira também pode consolar os vivos.

Lamento não ver mais esse tipo de profissional, embora certamente já tenha me deparado com algumas carpideiras voluntárias, que vão a funerais  de desconhecidos só para participar do evento.  Sim, existe toda uma gama de indivíduos que frequenta funerais por prazer, debatem sobre ornamentos e marcas de caixão, e até agendam datas para comparecer a cerimônias diversas.

Eu sempre tive fascinação pelas carpideiras, e acho que elas merecem um estudo sério, que talvez algum dia me proponha a fazer.  E se eu não o fizer, contratarei uma para juntas chorarmos pelo artigo não escrito.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Ladino

Aqui no blog nós promovemos o resgate de xingamentos antigos (http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2011/08/resgatando-xingamentos-antigos-1.html), mas hoje vou abrir uma exceção e falar de um antigo elogio.

A palavra é "ladino", que normalmente é usada para afirmar que alguém é sabido, finório, astuto e esperto.  Eu também sabia que chamavam de "ladinos" os judeus espanhóis.

Ontem, após décadas sem ouvir essa palavra, do nada, meu marido estava muito orgulhoso de si mesmo e me disse que havia sido muito "ladino" ao evitar o trânsito em determinada rua.

Sempre gostei muito dessa palavra, então fui ao dicionário e descobri que os escravos que falavam bem o Português eram chamados de ladinos, bem como os habitantes da Península Ibérica que aprendiam bem o Latim, à época da ocupação romana. Também designa a população rética da região alpina (Suíça, Áustria e Itália) e ainda designa dialetos sefarditas falados na Grécia, Turquia, Palestina, Israel e Norte da África.

Sim, eu me lembro exatamente da primeira vez em que ouvi a palavra "ladina": http://www.youtube.com/watch?v=0Lf61w_ew0k

Não costumo resgatar elogios, mas vou abrir uma exceção para essa palavra tão linda, que há muito tempo eu não ouvia.  Voltemos aos xingamentos.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Conhece-te a ti mesmo, Brasil (2)


Nessa série do blog estou tentando identificar e compreender algumas características atribuídas ao povo brasileiro que, na minha modesta opinião, integram o seu modo de ser e viver, portanto constituem-se em patrimônio imaterial. 

Minha tentativa de compreensão e posicionamento quanto à minha identidade cultural foi iniciada no post http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2012/11/conhece-te-ti-mesmo-brasil-1.html, onde analisamos a questão da "vontade visceral de ganhar" e seus desdobramentos, como a vontade de levar vantagem em tudo. 

A segunda peculiaridade sobre a qual gostaria de refletir é a questão da impontualidade patológica dos brasileiros.  Entre  nós, os horários não são firmes marcos, são apenas sugestões.  Por exemplo:

- Você é convidado para uma festa às 19 h.  Se você chegar pontualmente, provavelmente encontrará a anfitriã de bobes no cabelo, em meio à azáfama que só um grande atraso produz.

Corre-se o risco, sendo pontual, de ser considerado até mal-educado.

- Eventos culturais em geral nunca começam no horário marcado.  Já vi atrasar até sessão de cinema, como isso é possível?

- Consultas em médicos, dentistas e etc... têm horário marcado ou a temida "ordem de chegada".  Posso afirmar, sem medo de ser injusta, que nunca fui atendida na hora marcada.  E o perigo de me deixar esperando a consulta é que eu fico julgando todos os fatores que levam ao atraso (marcação excessiva de clientes, pouca precisão na fixação do horário de atendimento, falta de planejamento, impontualidade patológica do profissional) e, evidentemente, vou conversar todos esses problemas com as atendentes e outros clientes.

Se adianta alguma coisa?  Do ponto de vista de mitigar atrasos, não.  Mas é um ótimo passatempo e constitui-se em quase um serviço de utilidade pública.

Outros fatores como o trânsito caótico e a falta de horário do transporte público, somados às situações cotidianas acima exemplificadas,  reforçam a nossa impontualidade. É tão palpável essa característica que a exigência de horário torna-se quase uma injustiça e quem é pontual frequentemente é incompreendido.

 Acho tão bonito, em outros países, quando a gente vê um horário de trem ou ônibus assim: 10:03. Dez horas e três minutos!  Aqui a gente arrendondaria o horário logo para 10:30-11h.  E qual não é a surpresa  quando os danadinhos cumprem a promessa e o transporte realmente chega às 10:03...

Eu realmente cultivo a virtude da pontualidade.  Na verdade, eu tento chegar antes nos compromissos o que, de certa maneira, é também uma forma de ser impontual.

sábado, 5 de janeiro de 2013

Curso on line sobre Arqueologia

Para aqueles que gostam de Arqueologia, está sendo oferecido um curso on line, gratuito, que iniciará em junho de 2013 por uma importante Universidade americana: https://www.coursera.org/course/secrets.

Nunca fiz nenhum curso desse tipo, mas estou interessada em tentar.  E o fato de ser em inglês, longe de ser um obstáculo, é mais uma oportunidade de  tentar expandir meus horizontes.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

RESGATANDO XINGAMENTOS ANTIGOS (17)...Cabotino

Cabotino é o indivíduo que enaltece a si mesmo, faz auto-promoção.  Nesses tempos em que todo mundo quer ser famoso e que a auto-promoção virou estilo de vida e profissão, percebo que esse xingamento, enquanto tal, está fadado à extinção.

Isso me lembra de uma antiga frase que advertia: "louvor em boca própria é vitupério". E vitupério, por sua vez, significa ofensa ou insulto.

Ou seja, aquele que se auto-elogia insulta e ofende os outros. Devemos, pois, resgatar esse xingamento antigo, apontando o dedo acusador para aqueles que se promovem à custa da equidade, dizendo:

- Fulano é um cabotino e vituperador, mas no fundo, é um bosta igual a todos os outros!




terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Ressaca

Nada como uma boa ressaca para nos lembrar o que fizemos de errado.  Você até pode não lembrar do que fez ou do que bebeu, mas certamente lembrará das consequências dos seus atos.

No fim de tudo, a ressaca é uma grande ferramenta ética e pode mudar vidas.  Algumas pessoas até param de beber por medo da ressaca.

A pior ressaca física da minha vida originou-se de um grande porre de vinho tinto de péssima qualidade, daqueles que deixam a língua roxo-azulada. Durante a bebedeira, achei que havia resolvido o problema da quadratura do círculo, mas esqueci assim que acordei com a aquela DOOOOOOOOOR de cabeça enlouquecedora.

A última ressaca física que tive originou-se de um porre solitário de tequila. Tomei apenas algumas  doses rapidamente e sem comer nada, esse deve ter sido o problema, e só lembro que consegui desligar uma televisão usando um abajur como se fosse controle remoto.  Aquela tequila, além de medicinal, devia ser milagrosa também.

Esse post é um ato de solidariedade para com todos aqueles que agora enfrentam a consequência dos seus excessos festivos.  Eu não bebi, então estou apenas dando risadas de vocês, bêbados principiantes, mas  tentei lembrar de algumas receitas tradicionais para ajudá-los:

- Há quem diga que o melhor remédio para ressaca é continuar bêbado. Então, ajuda tomar uma cerveja bem gelada quando acordar passando mal. Não sei se funciona e nunca usei, porque quando tinha ressaca simplesmente nem conseguia sentir o cheiro de bebida.

 - Beber água de coco.  Essa aí deve funcionar porque hidratar sempre ajuda.

- Evitar comidas "pesadas" e gordurosas.  Nessas horas canja de galinha e chazinho devem ajudar.

Se a sua ressaca for moral - aquele sentimento de culpa amplo, geral e irrestrito - sinto informar, mas não conheço nenhum remédio.