A lembrança celebrativa é uma das formas de realizar o direito à memória individual dos mortos, e pode ser manifestada de variadas maneiras.
Em 12 de agosto de 2015 aconteceu uma lembrança celebrativa em comemoração à memória de Margarida Maria Alves, cidadã brasileira, trabalhadora rural, que foi assassinada em 12/08/1983 em razão de suas atividades políticas em defesa dos direitos humanos e dos trabalhadores.
Em respeito à memória de Margarida, entendo que a vitimização não é a melhor maneira de lembrá-la, porque retira o contexto do seu assassinato. A opção pela vitimização dos assassinados e desaparecidos políticos
retira o seu caráter de sujeitos ativos politicamente, com ideologias e
compromissos específicos e, portanto, dificulta a compreensão das razões que
levaram ao seu perecimento.
Margarida morreu porque defendia direitos em uma sociedade escravista e violenta, e como ela muitos foram assassinados pelos mesmos motivos, como o Dr. Manoel Mattos, Dorothy Stang, Chico Mendes (Herói nacional), e muitos outros ainda morrerão.
Infelizmente, no dia da Marcha, a cidadã Maria das Dores Salvador Priante foi asssassinada, pelos mesmos motivos. Esse fato é também uma lembrança dolorosa de que as estruturas da violência política, econômica, social e de gênero seguem ceifando margaridas pelos campos do Brasil.
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