O brasileiro não tem memória.

Neste blog desmascaramos esta mentira.









terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Considerações sobre os nomes das Operações da Polícia Federal

Nos últimos tempos,a Polícia Federal saiu do papel de instrumento coadjuvante para se transformar em personagem (quase) principal do drama e tragicomédia que se tornou a vida pública brasileira.

Hoje, ao acordar, me deparei com a notícia de que a Polícia Federal está realizando buscas e apreensões na residência oficial do Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, no âmbito da operação Catilinárias.

Sempre achei interessante essa tradição de nomear operações policiais, como forma de identificação de um conjunto de ações e/ou objetivos, mas a Polícia Federal do Brasil levou essa prática a uma nova forma de arte e, interessante, com forte apelo histórico e cultural. Esses nomes grudam na nossa memória coletiva como se fossem chicletes.

Arca de Noé, Cavalo de Tróia I e II, Setembro Negro, Medusa, Pandora, Midas, Faraó, Perseu, Caronte, Tarantela, Esfinge, Zelotes.  Sem dúvida, podemos apontar como critérios a pertinência do nome ao objeto ou objetivo da investigação, e, se eu não fosse uma pessoa muito ocupada, poderia fazer uma classificação da evolução desses critérios e categorias.

Percebo que há fases na nomeação da operação, o que pode indicar que o responsável ou método de escolhas mudou.  Segundo alguns sítios que consultei, essa prática de nomear operações se consolidou em 2002 com a Operação Arca de Noé (Cf. http://super.abril.com.br/comportamento/quem-inventa-os-nomes-das-operacoes-da-policia-federal), e talvez por causa disso em um primeiro momento houve tantas operações relativas à fauna (Águia, Sucuri, Lince, Garça).

Depois percebe-se uma diversificação de categorias: eventos históricos, mitologia grega, folclore brasileiro (Curupira, Matinta Pereira, ou Mati-Taperê ou Matita Perê), palavras e conceitos estrangeiros e filosóficos, como Satiagraha, e a categoria "outros" para incluir tudo aquilo que a gente ainda não entendeu.

Enfim, esse post tem por finalidade registrar os nomes das operações da Polícia Federal e, se possível, também o seu resultado.  O que farei com a informação?  Absolutamente nada, é só curiosidade mesmo, e um medo profundo de que falte nomenclatura para tanta coisa errada.

12 comentários:

  1. Operação Onipresença. Investiga servidores públicos que conseguem estar em dois lugares ao mesmo tempo. http://www.ndonline.com.br/florianopolis/noticias/262087-medicos-da-operacao-onipresenca-prestam-depoimento-na-policia-federal.html

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  2. Operação Sevandija. Obrigada pelo resgate do xingamento antigo, Polícia Federal: http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2011/09/resgatando-xingamentos-antigossevandija.html

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  3. Operação Timóteo:

    Timóteo, 6:9-10
    9.Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição,
    10 pois o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram com muitos sofrimentos.

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  4. Operação "Carne Fraca", sobre corrupção na fiscalização de frigoríficos: http://brasil.elpais.com/brasil/2017/03/17/politica/1489763244_536570.html

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  5. E para finalizar, a Operação "Patmos", que apocalipticamente revelou as relações entre a JBS e a República.

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  6. Operação Alcmeon: http://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/em-natal-desembargador-aposentado-e-preso-por-compra-e-venda-de-sentencas-na-justica-federal.ghtml

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  7. Operação Panatenaico: http://www.gazetadopovo.com.br/blogs/arquibancada-virtual/panatenaico-policia-estadio-da-copa-2014/

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  8. Operação Juno Moneta do MPSP: http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/noticias/publicacao_noticias/2020_Noticias/2020_Julho/Opera%C3%A7%C3%A3o%20Juno%20Moneta


    Sobre Mnemosine, Alberto Manguel (2001, p. 273) afirma que foi adotada pelos romanos Moneta, epíteto de Juno, em cujo tempo atiravam moedas. O autor ainda faz duas citações interessantes: Mnemosine cria as "pedras de toque do passado" (2001, p. 281), e todos os monumentos trazem tacitamente a inscrição "lembre-se e pense" (p. 273).
    Lembre-se e pense.
    MANGUEL, Alberto. Lendo imagens. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

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