As artes marciais são praticadas ritualisticamente, então existe a
definição de um espaço especial, de um tempo adequado, vestimentas e papéis que
a estruturam enquanto atividade social (cf. http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2013/03/artes-marciais-e-memoria.html).
Há muitos aspectos interessantes desse ritual, que vai além do mero
aprendizado de movimentos de ataque e defesa.
Por exemplo, o espaço em que ocorrem as aulas e os combates geralmente
são sacralizados, para nele adentrar é necessário fazer uma saudação em sinal
de respeito, como ocorre com o “salve” dos capoeiristas ou os gestos respeitosos
do Karate e do Kung Fu (DANTAS & MÜLLER, 2011, 259-275).
Porém, sem dúvida, um dos aspectos memoriais mais interessantes é a
lembrança celebrativa dos mestres. A
reverência demonstrada pelos praticantes não é apenas uma manifestação de
disciplina, mas de celebração da memória dos vivos ou dos mortos, da vida, dos
valores e das lições legadas por alguém.
Em algumas é costume ter presente uma fotografia ou desenho do
mestre, que é reverenciado com cumprimentos específicos, às vezes ao iniciar e
também ao terminar o encontro. A
presença dos mestres em cada aula, em cada evento, é uma maneira eficiente de
preservar a sua memória e os seus ensinamentos.
Referência
DANTAS, Fabiana; MÜLLER, Elaine. Cultura marcial: uma porta para o Oriente em tempos de globalização. In: Antonio Motta. (Org.). O Japão não é longe daqui. Interculturalidades, consumo e estilos de vida.. Recife;Tóquio: UFPE; Japan Foundation, 2011, v. , p. 259-275.
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