Minha mãe lembra de um tempo onde o plástico era a novidade. As pessoas ficavam fascinadas com as grandes possibilidades da moldagem e da durabilidade do material, que se popularizou (na memória dela) após a Segunda Guerra Mundial, quando era criança.
Antes do plástico, ela lembrou que as sacolas de supermercado eram feiras de papel grosso.
As garrafas eram de vidro.
Os talheres, pratos e copos não descartáveis.
Muitas coisas não eram descartáveis. Parece que o plástico também incrementou a mentalidade da descartabilidade pelo uso, diferente do que acontecia antes, quando os objetos eram descartados porque quebravam ou se tornavam desnecessários.
A idéia de poder descartar um objeto ainda funcional é, para mim, quase inaceitável. Talvez por isso, e pela durabilidade do material, antes uma vantagem e agora um problema, o plástico vem se tornando um vilão ambiental.
É possível reciclar e reutilizar, mas esses atos não vão diminuir a demanda por plástico. Para cada garrafa plástica que se torna artesanato, outra será produzida, de forma que a reciclagem de fato contribui para a permanência da demanda.
Para superar o plástico é preciso estancar a necessidade por ele, criando alternativas mais saudáveis que consigam substituí-lo satisfatoriamente, como se faz com qualquer vício.
O Parlamento Europeu baniu o plástico descartável. Toda a Comunidade Européia deverá se adaptar até 2021. Então, acho que já podemos falar no "Depois do Plástico".
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