Gosto de estudar e faço isso do meu jeito. Um jeito construído ao longo dos anos e que funciona para mim quando abordo fontes bibliográficas:
Meu jeito |
Esse foi o último livro que eu li, garimpado durante as férias em Portugal (julho de 2019): RAIMUNDO, Filipa. Ditadura e Democracia - legados da memória. Lisboa: Fundação Francisco Manuel dos Santos, 2018.
Ler, fazer o fichamento crítico ( em fichas pautadas, por favor). Cada ficha é arquivada em um envelope com os dados do livro, assim evitamos grampos e clips que acabam manchando as fichas.
Cada livro recebe um registro em uma fichinha menor que também irá para o arquivo de ficha de livros. Estou começando agora o procedimento de registrar meus livros em um aplicativo, que permite a consulta através de códigos de barra.
Quando eu conseguir organizar a minha biblioteca, o que não é fácil e exige muita serenidade (http://direitoamemoria.blogspot.com/2011/09/serenidade.html), vou fazer um blog com os meus livros, falando um pouco sobre cada um deles.
No fim do processo, o livro irá para a estante obedecendo supostamente à ordem alfabética por sobrenome do autor. Supostamente porque os meus critérios organizacionais mudaram ao longo do tempo, já tentei fazer por tema, paixões, ódios. Já tentei aumentar o diálogo entre autores juntando obras de universos totalmente distintos, e é por isso que o Martelo das Feiticeiras está ao lado da Capoeira Angola na Bahia na minha estante.
Fazia sentido na época, mas acho que vou precisar uniformizar critérios de modo a que essa organização faça sentido também para outras pessoas.
Fim do processo |
Passei muitos anos como professora de metodologia da pesquisa, e sempre que ia falar sobre fichamento, levava alguns exemplos. Fazia a comparação das minhas fichas iniciais e as minhas fichas atuais, para mostrar aos alunos que a técnica é dinâmica e cada um desenvolverá o seu próprio processo.
Nos últimos tempos, percebi a surpresa dos alunos porque eu "ainda" uso fichas pautadas. Por que a senhora não faz fichamento no computador?
- Não. Vou continuar fichando em papel porque a escrita é uma conquista milenar da Humanidade, e porque me garante a durabilidade que não depende de energia elétrica. Se faltar luz ou bateria não vou poder fichar?
É fichando em papel que eu consigo finalizar minhas canetas esferográficas, o que é uma conquista pessoal importante (http://direitoamemoria.blogspot.com/2012/07/a-primeira-esferografica-finalizada.html).
E escrever ajuda a registrar melhor as informações. É bom para a memória, então, eu faço.
Esse é o meu jeito, a minha tecnologia.
E sobre o livro fichado referido neste post? É um pequeno texto, muito interessante e geral sobre como Portugal lidou com o seu passado autoritário, considerando o Estado Novo (1933-1974), o legado de Salazar e as estratégias transicionais adotadas.
Esse meu modo de fazer é de tentativa e acerto. Os erros nós usamos como exemplos e são transformados em conselhos: http://direitoamemoria.blogspot.com/2019/03/conselhos-retroativos.html
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