O brasileiro não tem memória.

Neste blog desmascaramos esta mentira.









sábado, 2 de outubro de 2021

Memória da pandemia: mudanças

A pandemia de coronavirus foi identificada como um ponto de virada da Humanidade, o processo que evidenciou o fim de uma era, ou de mundos. Talvez marque o início da Era de Aquarius, ou o fim da Kali Yuga, ou uma espécie de apocalipse por etapas.

Não sei nada disso.

Sei que certamente será um marco na memória coletiva e permitirá uma inédita comparação da eficácia de políticas públicas de enfrentamento, e em que medida os padrões culturais são fatores determinantes.

Do ponto de vista individual, sem dúvida trouxe mudanças.  Considero-me uma pessoa diferente, e melhor do que era antes.  Não considero que a pandemia tenha nenhum lado positivo e se trouxe ensinamentos é porque tragédias também ensinam.

O que eu aprendi que me faz melhor? 

Percebi que tenho maturidade para o isolamento social, e aprendi a ver a minha casa como um lar. Ficar sozinha não era um problema, e agora passou a ser uma solução.

Sempre me virei, mas quando a realidade é de não saber o que fazer, a gente busca soluções.  Não tem delivery de comida? Aprendo a cozinhar. Não sei fazer nada? Adotei uma dieta crudívora durante seis meses que eu acho que ajudou muito a minha saúde.

Estou tentando voltar aos primórdios da alimentação da pandemia e retomar práticas que eu aprendi.  Em determinados momentos a minha cozinha era tão viva, tinha tanta coisa acontecendo...Eu aprendi germinar alimentos para comer, e não precisar cozer, e chegava a ser bonito ver o meu almoço se desenvolvendo durante dias e dias.

Tenho orgulho de não ter ficado sedentária durante o isolamento. Incorporei uma rotina de exercícios que contribuíram para o meu corpo e a mente sã que habita nele.  A atividade física, mesmo em circunstâncias extremas, já foi uma solução testada e aprovada por Joseph Pilates.

Sempre valorizei as relações humanas, e o isolamento só reforçou a idéia de que afeto e atenção não decorrem necessariamente da presença física. Meu pai sempre trabalhou fazendo longas viagens mas sempre sentimos que estava presente para nós, mesmo à distância.

Procurei descobrir o que eu gosto de fazer, e acabei compreendendo que a felicidade é uma construção.  Voltei a estudar música, a praticar artes marciais e estou envolvida em projetos artísticos de diversas naturezas, simplesmente porque considero que a expressão ajuda a ampliar meus horizontes.

Agora, é registrar e transmitir a experiência às futuras gerações.

Nenhum comentário:

Postar um comentário