"Só nos recordamos verdadeiramente daquilo que nos era destinado. A memória não lê as cartas alheias."
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Comentário: é verdade. Se, como diz Le Goff, a memória se constrói com "atenção e intenção", parece haver dois elementos que as despertam: a afinidade e o interesse.
Há detalhes, temas, objetos que despertam o meu interesse, logo,estarei mais atenta a eles e com intenção de focar a minha observação, o que sem dúvida contribui para formar uma memória mais nítida.
Há temas que JAMAIS vão chamar a minha atenção e provavelmente não vou ter nenhum conhecimento sobre eles, muito menos memórias. Segundo Eklund, é porque não estavam destinados a mim.
Mas, infelizmente, às vezes eu memorizo coisas que me chateiam e que não têm nenhuma afinidade comigo. Simplesmente eu estava por ali, a informação passou e os meus sentidos captaram, e agora eu não consigo esquecer. Por exemplo, e INFELIZMENTE, eu sei de todos os maridos, ex-maridos e namorados de determinada celebridade.
Por que essas informações irritantemente irrelevantes não são esquecidas? (agora mesmo estou lembrando da extensa lista, droga). Poxa, parece que mesmo sem afinidade e interesse essa memória estava destinada a mim.
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